O diretor e refino e gás da Petrobras, Jorge Celestino, afirmou nesta sexta (18), que a nova política de preços dos combustíveis permite à empresa realizar mais de
um ajuste por mês, caso o mercado esteja muito volátil.
Na terça (8), a companhia anunciou a segunda redução nos preços da gasolina e do diesel em 2016, em 3,1% e 10,4%, respectivamente. A primeira havia sido realizada no dia 14 de outubro.
"A política de preços prevê que, pelo menos uma vez por mês, a gente se reúna para discutir esse tema. Mas, em função da volatilidade, pode, sim, ser feito mais de uma vez por mês", afirmou o executivo, em teleconferência com analistas para detalhar o balanço do terceiro trimestre.
Na teleconferência, a gerente executiva de relações com investidores da estatal, Isabela Mesquita Carneiro da Rocha, disse que, mesmo depois dos dois reajustes, as margens de lucro da empresa na venda de combustíveis permanecem acima do previsto no plano de negócios da companhia.
De acordo com cálculos de analistas, o diesel vendido pela estatal está 20% acima das cotações internacionais. Já a diferença no preço da gasolina varia entre 10% e 17% de acordo com o UBS e o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
A empresa não divulga suas margens.
A última vez em que a Petrobras realizou reajustes com frequência mensal —ou mais de uma vez por mês— foi em 2002, último ano do governo Fernando Henrique, quando os preços dos combustíveis foram liberados no país.
No fim do ano, porém, o então candidato à presidência, José Serra, reclamou dos efeitos dos frequentes aumentos na campanha eleitoral e os reajustes cessaram.
Na teleconferência desta sexta, o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, disse que a nova política de preços abre caminho para atrair investidores para o mercado de refino brasileiro.
A estatal planeja vender participações em suas refinarias, dentro do seu programa de parcerias e desinvestimentos.
Na quinta (10), a Petrobras anunciou um prejuízo de R$ 16,5 bilhões, provocado principalmente pela revisão do valor contábil de seus ativos.
Fonte: Folha de São Paulo
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