O corpo de um detento que participou da fuga em massa no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Jardinópolis (a 329 km de São Paulo), na última
quinta-feira (29), foi achado no rio Pardo.
O detento, cujo nome não foi revelado, estava com uniforme da prisão e foi encontrado perto do Iate Clube, neste sábado (1º).
Com a confirmação da morte, já são dois os detentos que morreram após a fuga em massa de 470 presidiários. O corpo de outro preso foi encontrado carbonizado em meio a uma lavoura de cana-de-açúcar que pegou fogo após a rebelião.
Os detentos fugiram após um motim, às 9h de quinta-feira (29), e, desde então, policiais militares iniciaram uma caçada em canaviais, matas e até no rio Pardo, que fica na divisa entre a cidade e Ribeirão Preto.
A fuga ocorreu após os detentos atearem fogo na oficina da marcenaria -as chamas se espalharam para um pavilhão da cadeia. O total de presos que fugiram só foi divulgado 32 horas após a fuga.
Superlotado, o local abrigava 1.861 detentos no regime semiaberto, para uma capacidade de apenas 1.080. A superlotação é um dos motivos alegados por familiares de detentos para essa rebelião, que gerou pânico em moradores de Jurucê, distrito de Jardinópolis que fica próximo ao CPP.
NAS RUAS
Três dias após a fuga em massa dos presidiários, 127 presos continuavam foragidos. Neste sábado (1), a SAP (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) informou que 343 dos 470 presos que fugiram do CPP já tinham sido recapturados.
Uma sindicância foi instaurada pela secretaria para investigar as causas da rebelião. Segundo a SAP, ela ocorreu após uma revista de rotina.
Ainda conforme a secretaria, não havia motivo para o motim, "salvo o descontentamento com a revista rotineira que foi realizada, cujo objetivo é a apreensão de celulares, drogas e outros objetos proibidos".
Os presos recapturados foram transferidos para prisões de regime fechado e perderam o direito ao semiaberto.
Fonte: Folha de São Paulo
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