Análise: violência nas eleições reflete crise maior na segurança pública

O envolvimento do crime organizado nas candidaturas é vista pelo blogueiro do UOL Josias de Souza como um fenômeno que

"não condiz com um país que se pretende contemporâneo". Ele comparou alguns casos de violência ocorridos antes do primeiro turno das eleições com o que acontece em países onde o narcotráfico tem forte influência na política, como o México.

"Tanto que o presidente do TSE, Gilmar Mendes, já chamou o presidente Michel Temer para conversar, por entender que esse fenômeno tem a ver com a crise na segurança pública, que tem reflexo na eleição", disse.

A cientista política e professora da ESPM Denilde Oliveira Holzhacker afirmou que um dos indicativos dessa grave crise na segurança pública foi o maior pedido das cidades de tropas das Forças Nacionais, para garantir a segurança nas eleições. "Está relacionado com os problemas de segurança pública que vivemos no país atualmente", diz.

Eles citaram o caso dos presos da Penitenciária de Pedrinhas, que queimaram escolas na tentativa de impedir as eleições da capital maranhense. "O que vimos em São Luis é algo preocupante. O ministro da Defesa, Raul Jugmann, levantou uma questão importante de que a crise fiscal que vivemos no país afeta três setores diretamente: educação, saúde e segurança pública. Se a arrecadação caiu, a União passa menos recursos e os Estados terão menos recursos para investir em segurança pública", diz Josias.

Josias afirma ainda é preciso terminar o "tradicional jogo do empurra, empurra" para melhorar os índices de segurança pública. "Governo federal diz que são assuntos que dizem respeito ao Estado, os municípios também e o Estado diz que é responsabilidade da União. Isso tem que ser enfrentado no Brasil e todos os entes da federação precisam estar envolvidos", acrescenta. 

Fonte: Uol