O ataque de um homem-bomba a um hospital na cidade de Quetta, no Paquistão, deixou ao menos 63 mortos nesta segunda-feira (8), informaram autoridades
paquistanesas.
Cerca de cem advogados estavam no hospital após a chegada do corpo de um proeminente advogado local, Bilal Kasi, assassinado mais cedo nesta segunda. Segundo o diretor do hospital em Quetta, Abdul Rehman, há 92 feridos sendo tratados após a explosão.
Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado até o momento, mas advogados vinham sendo alvo de assassinatos nas últimas semanas em Quetta.
Sobrevivente do ataque, o advogado Abdul Latif afirmou à agência Reuters que chegara ao hospital para expressar seu luto pela perda do colega, mas não sabia que "iria ver os corpos de dezenas de outros advogados" mortos e feridos logo após chegar.
Com 1,1 milhão de habitantes, Quetta é a capital da província do Baluchistão, e fica no oeste do país, próxima à fronteira com o Afeganistão. A região é palco de conflitos com grupos insurgentes e tensões sectárias, e já foi uma base da milícia afegã Taleban no passado.
Anwar ul Haq Kakar, porta-voz do governo da província, disse que o ataque suicida parecia ter como alvo os advogados que expressavam luto a Kasi. "Aparenta ser um ataque planejado."
O ministro do Interior da província, Sarfraz Bugti, denunciou a ação como "um ato terrorista".
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou o ataque. "Ninguém pode perturbar a paz na província, paz que foi restaurada graças a incontáveis sacrifícios das forças de segurança, polícia e o povo do Baluchistão", afirmou.
O chefe da principal associação de advogados do Paquistão, Ali Zafar, classificou o atentado como "um ataque à justiça". Ele afirmou que advogados irão respeitar um período de três dias de luto, no qual não irão comparecer aos tribunais.
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!