Desde que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo determinou “clássicos de uma torcida só'', o Ministério Público ganhou argumentos para continuar
com a proibição da presença de organizadas da equipe visitante nestes jogos envolvendo times grandes.
“Tivemos zero ocorrência no jogo e nos pontos de acesso antes, durante e depois do clássico entre São Paulo e Palmeiras. Foi igual ao jogo Santos e Palmeiras. Parece que as torcidas entenderam o recado e sentiram as ações das forças de segurança. Também perceberam que estão perdendo espaço cada vez mais. A sociedade não aguenta mais o comportamento delas'', disse o promotor Paulo Castilho, do Jecrim e do Juizado do Torcedor.
No estádio do Morumbi, apenas torcedores do São Paulo entraram no estádio. Em alguns momentos, uma situação estranha aconteceu: quando a maior organizada tricolor puxou cantos para provocar os palmeirense, não houve resposta. Os integrantes da Mancha Alviverde estavam na porta da sede na Pompeia, vendo a partida pela televisão. A Polícia Militar não registrou ocorrências nos arredores do estádio do Palmeiras.
Segundo Castilho, os clássicos de torcida única ficam com “ambiente mais calmo e familiar''. Mesmo assim, o colorido do estádio diminuiu também com falta de bandeiras e faixas.
O promotor não só está gostando desta proibição como pretende propor que ela seja aplicada em outros estados. É o que vai apresentar no próximo mês, num encontro nacional de promotores. Para Castilho, o fim desta restrição só se dará quando as torcidas uniformizadas mudarem de postura ou forem extintas.
Ele admite que, se as organizadas apresentarem planos de mudança de atuação e comportamento, será possível se rever os “clássicos de uma só torcida''.
Mas aponta para outros benefícios da medida: “O ambiente no estádio foi mais calmo e familiar. Tivemos menos efetivo policial destacado e menos custo para o contribuinte'', afirmou.
O próprio promotor admite que não vai acabar a violência nos estádios. Tanto que no Morumbi, domingo, foi mantido um plantão da polícia civil. “Sabemos que a violência não vai acabar, mas estamos prontos para autuar em flagrante delito por formação de quadrilha, dano, lesão corporal, porte de instrumentos para causar violência, explosivos etc'', falou.
Desde o dia 15 de abril, quando o aparato de segurança pública (polícias civil e militar mais promotores e juízes) lançou a Operação Cartão Vermelho, 27 torcedores de uniformizadas do Corinthians estão presos por formação de quadrilha e atos violentos, entre outras infrações. Eles deverão ser soltos por ordem judicial e obrigado a se apresentarem em delegacias duas horas antes dos jogos do Corinthians, sendo liberados somente duas horas depois.
Fonte: Uol
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