Funcionários de um supermercado de Joinville, no Norte catarinense, foram demitidos após a publicação, nas redes sociais, de um vídeo em que uma mulher é obrigada a
comer ovos crus por supostamente tentar furtar um pacote de bombons de um quilo.
Nas imagens, a suspeita do furto está ajoelhada contra a parede e há diversos chocolates espalhados pelo chão. Ela come um ovo cru. Uma voz feminina diz: "Engole. Mostra a garganta!". E a mulher abre a boca após ingerir o ovo.
Outra mulher (o vídeo mostra somente o braço dela), entrega mais um ovo: "Come outro, outro. Tem cinquenta bombons. Vai comer tudo".
A suspeita do furto, ainda ajoelhada, engole mais um ovo. A funcionária, não satisfeita, manda que ela abra a boca para colocar outro. Depois de quebrar o ovo com violência na boca da mulher, dá um tapa no rosto dela.
Demissão por justa causa
Em nota, o supermercado Fort Atacadista diz que "identificou e demitiu, por justa causa, os funcionários envolvidos no ocorrido e na filmagem". Eles ainda informaram que não incentivaram ou solicitaram que os funcionários agissem daquela forma.
A empresa ainda afirma que "condena qualquer tipo de violência, seja qual for a situação, e que está à disposição para prestar o auxílio necessário à pessoa que foi agredida moral e fisicamente nestas imagens".
O supermercado, por meio da assessoria de imprensa, não informou se foi realizado um boletim de ocorrência sobre o caso nem a data do ocorrido. Entretanto, confirmou a veracidade do fato e a data de 4 de abril como início de compartilhamento das imagens nas redes sociais.
O G1 apurou que no dia 26 de março a suspeita de furto registrou um boletim de ocorrência contra o supermercado pelo caso. A mulher possui passagens policiais desde 2011. No dia 6 de abril, ela foi detida com posse de drogas, e liberada após termo circunstanciado.
A reportagem entrou em contato com a 3ª Delegacia de Polícia para saber se o caso está sendo investigado, e aguardava resposta até a última atualização desta notícia.
Situação inaceitável, diz Centro de Direitos Humanos
Para a advogada do Centro de Direitos Humanos de Joinville, Cínthia Pinto da Luz, a situação é 'inaceitável'. "O furto não é um risco alheio ao negócio. O importante é que todos os funcionários sejam devidamente capacitados para lidar com isso. Justiça com as próprias mãos só leva a mais violência", disse a advogada.
Ainda segundo Cínthia, até quinta-feira (7) a mulher que foi humilhada não havia procurado o local para auxilio. Entretanto, ela pode solicitar apoio do local para defesa. "Ela tem direito de processar tanto civil quanto criminalmente o supermercado e os funcionários que fizeram parte da agressão, além de solicitar indenização", diz Cínthia.
Fonte: G1
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