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segunda-feira, março 14, 2016

Rússia afirma que vai iniciar retirada militar da Síria nesta terça-feira

Russian President Vladimir Putin gives his annual state of the nation address in the Kremlin in Moscow, Russia, Thursday, Dec. 3, 2015. Putin says Russian military in Syria has been fighting for Russia's security. (AP Photo/Ivan Sekretarev) ORG XMIT: XDL102O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou, nesta segunda-feira (14), que vai iniciar uma retirada militar da Síria a partir desta terça (15), cinco meses depois de começar
uma ofensiva em defesa do ditador Bashar al-Assad.

Putin afirmou que a presença militar russa no país cumpriu seus objetivos e "criou as condições para o início do processo de paz". E, assim, "a maior parte" do esforço militar será suspenso.

"Com a participação das forças russas, as forças armadas da Síria e as forças patrióticas da Síria foram capazes de alcançar uma reviravolta fundamental na guerra contra o terrorismo internacional", disse o presidente.

A retirada russa, no entanto, não será total. Duas bases russas, uma área (em Latakia) e uma naval (em Tartous), vão continuar operando. Assim, não se sabe se bombardeios aéreos russos vão ser interrompidos ou não, já que a capacidade de lançamento será mantida a partir de Latakia.

Militantes da oposição a Assad afirmaram, no passado, que a Rússia tinha tropas em solo sírio combatendo forçar anti-Assad, algo nunca reconhecido pelos russos —e, portanto, algo que poderia ou não estar coberto pela decisão anunciada nesta segunda.

Putin não informou uma data limite para a retirada de suas forças nem a quantidade de homens que continuarão envolvidos na missão na Síria.

NEGOCIAÇÕES PELA PAZ

Além da retirada parcial de suas forças da Síria, Putin determinou que esforços diplomáticos para o restabelecimento da paz no país sejam intensificados. Por meio de sua ofensiva militar, Putin alçou a Rússia novamente a uma posição de ator relevante nos assuntos internacionais —e em lados opostos aos Estados Unidos na guerra síria.

O discurso russo é o de que está na Síria para combater grupos terroristas, mas parte de seus ataques aéreos tiveram como alvo grupos anti-Assad identificados pelos Estados Unidos como uma oposição moderada ao ditador. Integrantes do governo russo já disseram que é pouco realista acreditar que Assad pode retomar o controle sobre todo o país; assim, seria hora de negociar um processo de paz.

O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov disse, nesta segunda, que o presidente russo telefonou a Assad para informar o ditador da decisão.

Em uma declaração também nesta segunda, a Presidência da Síria afirmou que acordou com a Rússia uma redução da presença aérea russa no país, após ganhos militares do governo sírio com ajuda da Rússia. O acordo, segundo a Síria, está em linha com "a continuidade da cessação de hostilidades e de acordo com a situação em terra".

Apesar da retirada parcial de Putin, a Rússia prometeu continuar apoiando a Síria no "combate ao terrorismo", informou a Presidência síria.

Os anúncios ocorreram no dia em que teve início uma importante rodada de conversas diplomáticas, no âmbito das Nações Unidas, para tentar restabelecer a paz na Síria, dominada por uma guerra civil há cinco anos, que já matou milhares e intensificou a crise migratória na Europa.

Fonte: Folha de São Paulo

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