Páginas

quinta-feira, março 17, 2016

Justiça adia julgamento de Bola por morte de carcereiro em Contagem

Marcos Aparecido chora na leitura da sentença da juíza Marixa Fabiane (Foto: Renata Caldeira/ Tribunal de Justiça de Minas Gerais)A sessão que julgaria o ex-policial Marcos Aparecidos dos Santos, de apelido Bola, pelo assassinato do carcereiro Rogério Martins Novelo foi remarcada para 7 de julho de
2016. A sessão chegou a ser aberta nesta quarta-feira (16), às 9h35, no Tribunal de Júri de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas foi adiada às 10h10. O réu, já condenado pela morte de Eliza Samudio, chegou chorando à sala do júri.
Segundo a Justiça, o motivo do adiamento foi a não nomeação de um advogado durante a oitiva da testemunha de defesa Edson Moreira, ouvido em Brasílía, onde reside. A data em que a oitiva foi realizada não foi informada. Ao adiar a sessão, o juiz explicou que teria havido uma falha e, na ausência do advogado, um defensor público deveria ter sido constituído.

Arrolado como testemunha, Edson Moreira era delegado da Polícia Civil de Minas Gerais e atualmente é deputado federal pelo Partido da República (PR). Em setembro do ano passado, o júri já havia sido adiado por causa da morte de um familiar de um dos advogados de defesa de Bola.
O carcereiro Rogério Martins Novelo foi assassinado, em maio de 2000, em Contagem. Em novembro de 2012, o réu havia sido absolvido da acusação de homicídio, mas o Ministério Público de Minas Gerais recorreu da decisão argumentando que o conselho de sentença decidiu de forma contrária às provas contidas no processo. O recurso foi aceito pela Justiça, e por isso, Bola será julgado novamente.
Nesta quinta-feira (17), na chegada ao Fórum de Contagem, o advogado Ércio Quaresma, que defende o réu, negou que Bola tenha cometido o crime. Já o promotor Daniel Saliba, que representa o Ministério Público, afirmou que o ex-policial é culpado da morte.

O ex-policial cumpre pena na Casa de Custódia da Polícia Civil, no bairro Horto, na Região Leste de Belo Horizonte, em regime fechado. No mês passado, uma foto que circulou pela internet mostrava a suposta participação de Bola no que seria um churrasco em uma cela do local. A Polícia Civil investiga o caso.

Morte do carcereiro
Segundo a denúncia do MP, em maio de 2000, Bola teria atirado contra o carcereiro Rogério Martins Novelo, que estava dentro de um veículo, em frente ao local onde trabalhava. Para o Ministério Público, o crime teria sido encomendado, já que o réu e a vítima não se conheciam.

A Justiça informou que o ex-policial foi reconhecido em 2010 pela irmã de Novelo, que presenciou o crime. Ela identificou Bola como o responsável pela morte do irmão, depois que viu sua imagem sendo veiculada na imprensa pelo suposto envolvimento no assassinato de Eliza Samudio.

Caso Eliza
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto e condendenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques – o Coxinha – por sequestro e cárcere privado do filho da ex-amante do goleiro. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!