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quinta-feira, março 17, 2016

Investigadores dizem que gravação aumenta a chance de Dilma ser investigada no STF

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/O telefonema entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula deixou a petista mais perto de ser alvo de um pedido de abertura de inquérito no STF (Supremo
Tribunal Federal) para ser investigada por obstrução da Justiça.

A avaliação é de investigadores da Lava Jato ouvidos pela Folha sob a condição de anonimato. Um eventual pedido de investigação de Dilma já vinha sendo discutido pelos procuradores próximos ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a partir da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS).

O parlamentar implicou dezenas de políticos e afirmou que Dilma teria tentado pelo menos três vezes interferir nas apurações do esquema de corrupção da Petrobras junto ao STF e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A definição sobre o pedido de investigação deve ocorrer na volta de Janot ao Brasil que está em viagem oficial à Suíça. O retorno está previsto para domingo (20), mas pode ser antecipado. Janot foi comunicado por auxiliares sobre o teor do grampo. A vice-procuradora-geral da República em exercício, Ela Wiecko, estava em atividade acadêmica quando foi procurada por investigadores para ser avisada sobre a "gravidade da situação".

Segundo investigadores, o diálogo entre Dilma e Lula "é grave" e tem indícios que podem caracterizar uma tentativa de obstruir o avanço da Lava Jato. Para procuradores, em tese, como os fatos teriam ocorrido no exercício do mandato, não impedimentos legais para que Dilma possa ser investigada.

Na gravação, Dilma aparece dizendo que encaminhará a Lula o "termo de posse" de ministro. A presidente Dilma diz que o termo de posse só seria usado "em caso de necessidade".

Os investigadores da Lava Jato no Paraná interpretaram a fala como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula.

No Supremo, ministros evitaram comentar o conteúdo das gravações, mas reconheceram que as declarações de Dilma são graves. Nos bastidores, integrantes do STF criticaram o juiz Sérgio Moro, que não estaria agindo com cautela diante da importância e gravidade do caso.

Ministros também demonstraram desconforto com o fato de que supostos envolvidos com a Lava Jato apontam interferência junto a tribunais superiores. Para integrantes da Corte, isso deixa o tribunal em uma situação desconfortável e precisaria de uma resposta.

A ministra Rosa Weber, que foi citada pelo ex-presidente Lula, não foi localizada pela assessoria do Supremo para comentar as menções. A Presidência do STF também não se manifestou.

Fonte: Folha de são Paulo

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