O desembargador João Rebouças autorizou, na manhã desta sexta-feira (26), a abertura de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC), em caráter sigiloso,
para apurar a veracidade de citações contra o deputado estadual Ricardo Motta (PROS), do Rio Grande do Norte. A solicitação foi feita pela Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) depois que o ex-diretor administrativo do Idema, Gutson Johnson Bezerra (principal acusado de comandar desvios de recursos dentro do órgão), apontou o parlamentar como participante de um esquema fraudulento dentro do órgão.
Gutson foi preso em setembro do ano passado na operação Candeeiro, que apura desvio de R$ 19 milhões do Idema. Em depoimento à Justiça, ele afirmou que Ricardo Motta recebia 60% de tudo que era desviado. Já o ex-diretor financeiro do órgão, Clebson Bezerril, que também é réu no processo, o montante desviado pode passar dos R$ 30 milhões.
Ainda na decisão, o desembargador João Rebouças determinou que eventuais pedidos de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico, busca e apreensão, obrigatoriamente dependem de prévia autorização dele mesmo.
Operação Candeeiro
Quatro pessoas foram presas na operação Candeeiro, deflagrada pelo Ministério Público Estadual no dia 2 de setembro de 2015. Um dos detidos foi o filho da ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa do RN, Rita das Mercês. Segundo o MP, Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, ex-diretor administrativo do Idema, é o principal responsável pelo esquema, que teria desviado mais de R$ 19 milhões do órgão. A mãe dele foi presa no dia 20 de agosto na operação Dama de Espadas por suspeita de desvio de recursos públicos na AL. Ela foi solta três dias depois por força de um habeas corpus.
Os demais presos da operação Candeeiro são: Clebson Bezerril, ex-diretor financeiro do Idema; João Eduardo de Oliveira Soares, também funcionário do setor de contabilidade do órgão; e Renato Bezerra de Medeiros. O quinto mandado é contra Antônio Tavares Neto.
Foram emitidos cinco mandados de prisão temporária, 10 mandados de condução coercitiva e 27 mandados de busca e apreensão em Natal, Parnamirim, Santana do Matos e Mossoró. De acordo com o MP, os desvios dos cofres do Idema aconteceram entre os anos de 2013 e 2014. O juiz da 6ª Vara Criminal de Natal decretou ainda sequestro de bens e valores de pessoas físicas e jurídicas.
No dia 4 de outubro, a Justiça decretou a prisão preventiva de dois dos suspeitos: Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra foi levado para o quartel do Comando Geral da PM, e Renato Bezerra de Medeiros, que agia como laranja no esquema, foi para o Centro de Detenção Provisória da Ribeira.
Fonte: G1
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