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sexta-feira, janeiro 15, 2016

Marcha para o Satanás! Manifestantes protestam contra interferência religiosa no Estado

Manifestantes usam figura mitológica do "Satanás" para protestar contra interferência religiosa no Estado (Foto: Reprodução)Em protesto contra a interferência religiosa no Estado, manifestantes realizarão, no próximo domingo, às 16h, a “Marcha para o satanás”, que sairá das proximidades da
igreja Assembleia de Deus do Bairro Mirassol, no entorno do Shopping Via Direta, rumo à igreja Universal do Reino de Deus da Avenida Senador Salgado Filho. Apesar do nome “assustador”, a manifestação nada tem a ver com o “satanismo”. É uma forma irônica de criticar a pauta defendida pela “Marcha para Jesus”, encampada pelas igrejas evangélicas.

Um dos organizadores do evento é o comunicador Mateus Facussé, de 20 anos. Em contato com o portalnoar.com, nesta quinta-feira (14), ele explicou que a pauta do movimento é em defesa da liberdade, inclusive religiosa. “A marcha para Satanás choca pelo nome, mas não é nada disso que aparenta ser a aqueles que estão acostumados em rebaixar os outros deuses que não sejam o seu. O evento é em prol da laicidade do estado e da liberdade de crença e nos direciona para uma análise mais aprofundada de nossas crenças herdadas por nossa cultura”, explicou Mateus.

Segundo Mateus, a principal pauta é pela garantia dos direitos da sociedade plural. “Nós só estamos lutando por direitos. Estamos tentando questionar o governo a respeito do estado laico, porque ele é muito mais teórico do que prático, atualmente em nosso país. Essa marcha não tem a ver com a crença em deuses, mas muito mais com a luta de direitos sociais, em prol dos LGBT e de questionamentos a respeito de assuntos como aborto e eutanásia”, enfatizou.

Também na organização do ato, Enelyne Maia destacou a importância de se opor o uso da religião para decisões que afetam toda a sociedade, como ocorre com a bancada evangélica do Congresso, por exemplo. “Diferente do que se pensa, o evento não é um de adoração ao diabo. É um termo para chamar a atenção contra a teocratização do Congresso Nacional, contra a interferência das igrejas e bancadas cristãs nos âmbitos políticos e privados, em prol do respeito da diversidade religiosa e do livre pensamento”, destacou.

Maia apontou ainda que outros temas são defendidos pelos manifestantes, como a defesa dos movimentos de Gays, Lésbicas, Simpatizantes “e de todos os grupos que de alguma maneira sofrem devido à interferência dessa avalanche teocrática que está controlando o País”. 

Fonte: Portal Noar

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