A Prefeitura de Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, divulgou nota hoje à tarde "repudiando" a publicação pelo Notícias da TV de
que uma equipe do CQC foi agredida na frente do prefeito da cidade, Carlos José Gama Miranda (PT), ontem (17) de manhã. Segundo o repórter Erick Krominski, ele e mais três profissionais da Band foram impedidos de entrevistar o prefeito por supostos seguranças, que chegaram a roubar a bateria da câmera. A Prefeitura de Paraty rebate dizendo que a equipe do CQC "tentou invadir" o gabinete do prefeito e que Miranda foi "alvo de agressões verbais e ameaças".
Leia a nota:
"Na manhã de quinta-feira, 17 de dezembro, uma equipe do CQC tentou invadir o gabinete do prefeito sem agenda prévia e sem explicar a pauta do encontro. Três funcionários da prefeitura foram agredidos por integrantes da equipe e o repórter arrombou a porta de uma das salas anexas ao gabinete, obrigando a prefeitura a solicitar o reforço da Guarda Municipal.
Os funcionários agredidos fizeram exame de corpo de delito no Hospital Municipal e registraram ocorrência na polícia. A prefeitura também pediu à polícia que investigue os danos ao patrimônio público.
O prefeito de Paraty recebeu a equipe do programa humorístico em seu gabinete e se mostrou à disposição para todos os esclarecimentos (o que pode ser comprovado por vídeo registrado pela prefeitura e que estará à disposição da polícia). Apesar disso, foi alvo de agressões verbais e ameaças".
A nota da assessoria do prefeito traz ainda uma declaração do político: "Sempre atendi a imprensa com todo respeito. Em todas as situações, inclusive no dia do acidente ao ônibus em Trindade. Nunca me escondi atrás de seguranças ou mandei atacar a imprensa".
A Band nega que membros do CQC tenham agredido funcionários da Prefeitura de Paraty, arrombado portas ou feito ameaças. A equipe do CQC foi até Paraty questionar providências que teriam sido tomadas pela prefeitura após acidente de ônibus que matou 15 pessoas em setembro, próximo à praia de Trindade. A equipe já tinha gravado material dentro de ônibus, no local do acidente, com parentes de vítimas e com pessoas denunciando descaso na fiscalização.
Os profissionais foram até a prefeitura falar com o prefeito. Inicialmente, os assessores disseram que ele não iria dar entrevista. "A gente falou que não ia sair de lá sem falar com o prefeito", lembra Erick Krominski. O repórter nega qualquer tentativa de arrombamento de porta. Diz apenas que tirou uma corrente que isolava o acesso a uma sala, o que gerou um tumulto. Depois disso, o prefeito aceitou receber apenas o repórter. Diante da insistência, acabou aceitando também o cinegrafista em uma sala.
"Comecei a entrevista e um funcionário começou a tentar desconectar a câmera. Eu perguntei quem ele era e ele falou 'foda-se'. O capanga pegou meu microfone e deu socos nele. O chefe de comunicação da prefeitura começou a desrosquear o microfone. Enquanto isso, [o cinegrafista Pedro] Melão e um segurança ficaram brigando pela câmera, cada um puxando de um lado. Na confusão, conseguiram tirar a bateria da câmera e sumiram com ela. A gente já estava sem câmera e o prefeito ficou sentado, olhando tudo, sem fazer nada", relata Krominski, indignado.
"Nunca imaginei que pudessem tentar impedir a gente de gravar na frente de um prefeito. Essa é a última reportagem que faço para o programa. Estou impressionado: Como isso pode acontecer na frente de uma autoridade pública e ela não fazer nada, não falar nada?", questiona o repórter.
O material irá ao ar na próxima segunda-feira (21), no último CQC ao vivo de 2015. No dia 28, a Band exibirá uma compilação de melhores momentos da atração. Em 2016, o CQC ficará fora do ar para descansar a imagem. A Band promete retornar com o formato em 2017.
Fonte: Notícias da TV
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