Em entrevista ao canal Fox Sports, o treinador Dunga comentou as críticas que sofre, a sombra de Tite e o bate-boca com Romário, entre outros assuntos. Também deixou claro que não imagina convocar
Paulo Henrique Ganso tão cedo.
- O que eu não posso é, no futebol de hoje, jogar com menos um, com o meu 10 não voltando para marcar, não participando sem a bola. Por isso é que hoje, na minha opinião, um jogador como o Ganso não está nos meus planos para ser convocado.
Se Ganso parece não ter espaço com o treinador, outro jogador bastante questionado na primeira passagem de Dunga pela seleção tem chances de voltar ao time nacional. O técnico teceu elogios ao volante Felipe Melo e disse observar o desempenho do jogador na Itália.
- Ele é bom e na seleção perdeu apenas um jogo, aquele da eliminação contra a Holanda na Copa-2010. Tem personalidade, uma coisa que prezo muito, e boa leitura de jogo. Estou observando este jogador
Uma de suas respostas mais curiosas: quando o perguntado sobre qual o melhor jogador do futebol brasileiro em 2015, ele nem pestanejou. E engana-se que o escolhido tenha sido alguém do campeoníssimo Corinthians, time que cede vários jogadores para a seleção nacional:
- Ricardo Oliveira. Artilheiro do Paulista, da Copa do Brasil, do Brasileiro, de tudo. O goleador.
Veja abaixo um resumo das principais declarações de Dunga:
Críticas e os pedidos de Tite
"Sempre vai ter outros treinadores que o torcedor queria. Foi assim com Telê e Zagallo. É assim comigo. Todo treinador é questionado. Sobre as críticas é natural. Quantas vezes o Brasil perdeu nas oitavas de final? Você tem que ter determinação e principalmente convicção no que está fazendo para seguir em frente. Tite é um bom treinador, assim como vários outros que estão fazendo grande trabalho, como Roger, Jorginho, Levir Culpi."
Briga com o "ex-peixe" Romário
"Acho que não me sinto bem com as críticas. Romário conhece meu jeito, minha personalidade. Quero ganhar direito. Por isso fui amigo dele. De uma certa maneira não posso dizer que foi uma decepção. Mas não me sinto bem. Ele não tem prova nem nunca terá prova. "
Como seria o time, taticamente se a Copa fosse agora
"Sempre teremos a adversidade de não ter tempo para treinar. Muita coisa depende muito da situação de jogo. Contra a Venezuela foram duas linhas de quatro. Precisávamos de um atacante de profundidade. Contra o Peru colocamos o Neymar na frente, para confundir os dois zagueiros. Numa Copa seria assim."
O momento do futebol brasileiro
"O Brasil está no caminho certo. Mas precisamos reconhecer que os outros evoluíram. Acho também que nós somos críticos com o futebol brasileiro. Passamos 24 anos sem ganhar uma Copa e não fomos rebaixados a quarta ou quinta pisão. Agora, a crítica é grande."
7 a 1
"Sempre falo para os jogadores que isso não será esquecido. Não podemos ficar chorando. Na Argentina passou um taxista xingando os jogadores. O Taffarel fez 5 a 2 para ele, lembrando as conquistas da Copa. Ele na hora ficou sem resposta."
Barração de Jefferson
"Trabalho com toda a comissão. Depois dos treinos converso com eles. A decisão foi minha, conversei com o Taffarel e disse que a minha ideia era por o Alisson. Todos aceitaram. Estranhei porque depois do primeiro jogo barrei o lateral e atacante da Copa e ninguém falou nada. O dia a dia falou mais alto. O Alisson estava sobrando. "
Declarações do Jefferson pós-barração
"Fui cruel com o Hulk e com o Marcelo, quando eles foram barrados? Não. Fui justo. Tenho que ser justo com o que estou vendo. Sempre falo para o jogador: não quero ter razão, quero ganhar. E não tratar jogador como se fosse criança. Eu sempre falo, para jogar, você tem de me provar. "
Entrosamento deficiente
"Quanto mais a Seleção joga junto, mais entrosamento ganha. Temos de intensificar isso, como por exemplo, quando o Neymar cai pelo lado esquerdo o William faz o facão no lado direito. Mas essa automatização, repito, só com os jogos e vai demorar um pouco. Afinal, numa seleção você não tem o tempo que tem no clube. Mas sabemos que temos de buscar resultado e não só com qualidade técnica. Tem de ser qualidade de marcar, buscar o jogo. E tem uma coisa: escuto muita gente falando que o time não tem variação. Como não tem? já jogamos com dois volantes, com um volante linha de 4, trio ofensivo. Temos variações."
A palavra que vale
"Na Seleção se vende influência e sempre sai alguma coisa do tipo... ouvi dizer que o Dunga fará isso e aquilo. Eu só falo de futebol com quem é de futebol e falo com pessoas da minha estrita confiança. Se A B ou C garantir que Dunga falou alguma coisa, pode ter certeza que não é verdade. Por isso digo aos repórteres e torcedores, só acreditem quando sai da minha boca nas entrevistas."
Thiago Silva
"Não vou analisar o choro dele na Copa do Mundo. Não é um erro que influência e sim são vários erros que ocorreram. É claro que ele pode voltar à Seleção. Sobre a questão de ser capitão ou não eu digo que na seleção tem 23 jogadores e para ser capitão tem de jogar. Antes de pedir a faixa, tem de jogar. Escolher o capitão é coisa do treinador. Ser capitão depende do momento. E ninguém reivindica um posto e, sim, ganha um posto."
Felipe Melo
"Ele diz o que pensa, talvez por isso seja tão criticado. Está num bom momento na Inter de Milão. A saída da Turquia deu ao Felipe Melo uma motivação nova. Ele é bom e na seleção perdeu apenas um jogo, aquele da eliminação contra a Holanda na Copa-2010. Tem personalidade, uma coisa que prezo muito, e boa leitura de jogo. Estou observando este jogador."
O camisa 10
"Minha dúvida em relação ao Lucas Lima seria a adaptação dele ao futebol que se joga nas Eliminatórias e na Europa, um futebol rápido, com dois toques. Mas não há como negar que ele me deu mais opções. Lucas Lima é o 10 que segura a bola e pensa por trás. Quando precisamos de um cara mais agudo, tenho o Oscar, que vem sendo criticado, mas é um jogador importante. Contra a Argentina, foi ele quem puxou todos os nossos contra-ataques. ele é diferente e pensa o jogo. Mesmo não sendo tão sanguíneo, como dizem alguns. Mas são boas opções. O que eu não posso é, no futebol de hoje, jogar com menos um, com o meu 10 não voltando para marcar, não participando sem a bola. Por isso é que hoje, na minha opinião, um jogador como o Ganso não está nos meus planos para ser convocado."
Os jogadores que estão na China têm chance?
" Há fatores ruins. As 33 horas de voo para se apresentar, jogar num torneio não competitivo. O cara quando vai pra lá terá cobrança, tem de ter preparação diferenciada e quando tiver jogos da Seleção tem de vir um dia antes. E jogar na China dificulta o acompanhamento. isso é difícil para um jogador."
Fonte: Uol
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