A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva apresentou nesta sexta-feira denúncia sobre a transferência do zagueiro Iago Maidana ao São Paulo. Além do clube paulista, também o Criciúma (que detinha seus direitos econômicos) e o
Monte Cristo (que serviu como ponte no negócio) podem sofrer punições duras.Os três foram denunciados com base no artigo 34 do Regulamento Nacional de Intermediários, que prevê multa, suspensão de registros de novos jogadores por um ou dois anos, dedução de pontos e até "rebaixamento para divisão imediatamente inferior a que estiver disputando quando do trânsito em julgado da decisão". Também serão analisados sob a ótica do artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (deixar de cumprir ou dificultar o cumprimento de uma resolução administrativa ou regulamento), cuja punição máxima é multa de R$ 100 mil.
Na denúncia oferecida no início da tarde desta sexta-feira, o próprio Iago foi enquadrado no artigo 35 do Regulamento Nacional de Intermediários. Se for considerado infrator pelos auditores que julgarem o caso, o jogador de 19 anos corre risco de ser sancionado com multa, suspensão de partidas ou proibição de atuar em qualquer atividade relacionada ao futebol.
– Uma coisa é enquadrar e outra é o que deve ser aplicado. São várias as sanções previstas. Os auditores é que devem analisar o caso, não vou comentar a denúncia – ponderou Paulo Schmitt, procurador-geral do STJD, em contato com o GloboEsporte.com.
A negociação passou a ser investigada inicialmente pela Confederação Brasileira de Futebol. A empresa Itaquerão Soccer tirou Iago do time catarinense ao preço de R$ 800 mil e o registrou por dois dias no Monte Cristo (que disputa a terceira divisão goiana) antes de vender 60% de seus direitos econômicos ao São Paulo por R$ 2 milhões. Desde maio, a participação de investidores em transferências é proibida em regulamento.
Há pouco mais de uma semana, depois de notificar as três partes envolvidas e pedir versão dos fatos igualmente ao atleta, a entidade finalizou um dossiê e o entregou à Procuradoria do STJD. Analisados os documentos, a denúncia foi oferecida para que o caso vá a julgamento.
No São Paulo, o assunto intensificou uma crise política e expôs de vez um racha que levou Carlos Miguel Aidar a renunciar à presidência depois de serem reveladas acusações de corrupção. Antes de se desligar do clube, na última terça-feira, o agora ex-mandatário afirmou desconhecer a Itaquerão Soccer, porém uma fotografia mostra que os representantes da empresa estiveram reunidos no CT da Barra Funda com o zagueiro.
Fonte: Globo Esporte
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