Deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores (PT) pediram ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) que investigue os responsáveis por jogar panfletos com o escrito “petista bom é
petista morto” durante o velório do ex-presidente do PT e da Petrobras José Eduardo Dutra, nesta segunda-feira (5), em Belo Horizonte. Outros papéis mostravam uma sátira ofensiva com a foto da presidente Dilma Rousseff.
O velório de Dutra foi realizado na Funeral House, na Avenida Afonso Pena, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O corpo do ex-presidente do PT foi cremado na tarde desta segunda-feira no Cemitério Parque da Colina, na Região Oeste de Belo Horizonte.
Dutra morreu aos 58 anos, na capital mineira, neste domingo (4), em decorrência de um câncer. Ele estava morando em Belo Horizonte durante o tratamento, para ficar perto da mãe.
De acordo com o promotor Eduardo Nepomuceno, que recebeu o pedido de investigação, o caso será encaminhado para a Promotoria Criminal. A denúncia é baseada em artigo do Código Penal que prevê o crime contra o sentimento religioso; impedimento ou perturbação de cerimônia funerária, conforme o promotor. Os parlamentares levaram ao MP fotos, um pen drive e relação de testemunhas.
O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, o governador de Minas Fernando Pimentel e várias outras lideranças do PT estiveram ao velório. Eles chegaram e saíram por uma porta nos fundos da casa e não falaram com a imprensa. A entrada da imprensa não foi permitida.
Ex-presidente Lula e governador de Minas, Fernando Pimentel, participam do velório de José Eduardo Dutra (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
O secretário nacional de finanças do PT, Márcio Macedo, lamentou a morte do colega de partido. "Com muita dor e muito pesar que nós, do PT, estamos nos despendido hoje do nosso ex-presidente nacional", disse. Segundo Macedo, durante o velório, o ex-presidente Lula, o governador Fernando Pimentel e trabalhadores da Petrobras manifestaram homenagens a Dutra.
Protestos
No início do velório, um carro passou e jogou os panfletos na rua, em frente ao Funeral House. O carro não chegou a parar.
Depois, quatro pessoas chegaram com cartazes em protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um dos cartazes, os manifestantes pediam a prisão de Lula.
O secretário nacional de Finanças do PT, Márcio Macedo, criticou o protesto. “Nosso país tem uma tradição de ser um país de paz. (...) Nós temos a tradição de preservar a tolerância, o respeito às diferentes concepções. Esse ódio expressado por uma parte da oposição brasileira, eu acho que isso não contribui para o processo democrático do país. Isso se assemelha ao que foi vivido em tempos difíceis da humanidade, como o nazismo. Isso não é correto", avaliou Macedo.
O ex-deputado Virgílio Guimarães criticou o conteúdo dos panfletos. "Faz parte desta onda de ódio que se implantou no país. Acho lamentável. Isso não se faz. Acho uma manifestação da pior qualidade, mas eu compreendo que numa sociedade democrática isso deve ser feito. Uma coisa dessa é incitamento ao crime. Incitamento ao crime, crime é", falou duramente, na sua chegada ao velório.
Uma mulher que estava acompanhando outro velório no Funeral House se irritou com as manifestações em frente ao prédio e houve um princípio de confusão, que durou poucos minutos.
Fonte: G1
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