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quinta-feira, outubro 15, 2015

Agentes encontram celular que pode ter fotos da morte de preso no RN

Direção acredita que celular registrou a morte do detento Joel do Mosquito (Foto: Anderson Barbosa/G1)Um aparelho celular, que pode ter sido usado para registrar a morte do detento Joel Rodrigues da Silva, conhecido como Joel do Mosquito, foi encontrado na manhã desta quinta-feira (15) durante uma
revista feita por agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) dentro do Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes, a Cadeia Pública de Natal.

 Joel - o principal alvo da investigação Citronela, realizada no dia 25 de setembro pelo Ministério Público - foi achado morto na noite do último sábado (10) dependurado pelo pescoço. Para a Polícia Civil, no entanto, Joel foi vítima de um homicídio. Imagens que mostram o detento sendo estrangulado foram divulgadas em redes sociais. O G1 decidiu não mostrar a foto inteira e encobriu o rosto do morto com uma tarja preta. No entanto, nas laterais da imagem, é possível ver mãos de pelo menos dois internos. Um de cada lado, eles esganam a vítima usando fios encapados, enrolados em volta do pescoço da vítima.

"Encontramos 14 celulares durante a revista. Um deles, em particular, chama a atenção porque foi quebrado. É um aparelho bem grande, que certamente custa muito caro dentro de uma unidade prisional", ressaltou a agente penitenciária Dinorá Simas. Diretora do presídio, ela explicou que o aparelho danificado será enviado para uma assistência técnica para que seja reparado e depois passará por uma perícia. "Esperamos que as imagens ajudem a polícia a identificar os presos que mataram o Joel", acrescentou a diretora.

Além dos celulares, os agantes do GOE também acharam papelotes de maconha, carregadores de celular, chips, facas artesanais e serras.


Foto que mostra o preso Joel do Mosquito sendo estrangulado dentro da Cadeia Pública de Natal foi feita e divulgada pelos próprios detentos (Foto: Divulgação/Polícia Civil)Foto que mostra o preso Joel do Mosquito sendo estrangulado dentro da Cadeia Pública de Natal foi feita e divulgada pelos próprios detentos (Foto: Divulgação/Polícia Civil)


 Morte de Joel
Titular da Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), o delegado Fábio Rogério disse que a Polícia Civil já incluiu a fotografia feita pelos presos nas investigações. “Porém, apesar das evidências de assassinato, só mesmo uma perícia do Instituto Técnico-Científico (itep) poderá apontar o que causou a morte do preso”, ressaltou.

Quanto à motivação, o delegado não descarta que o crime tenha sido cometido em razão das brigas entre facções rivais que disputam o poder dentro dos presídios do estado, assim como Joel também pode ter sido alvo de uma queima-de-arquivo por causa da operação Citronela, mas que “ainda é cedo para qualquer conclusão”.

Operação Citronela
A Operação Citronela foi realizada no dia 25 de setembro na comunidade conhecida como Favela do Mosquito, no bairro das Quintas, Zona Oeste de Natal. Coordenada pelo Ministério Público, a ação contou com o apoio da Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal. Foram  cumpridos 23 mandados de busca e apreensão e duas pessoas foram presas. Uma delas foi Joel Rodrigues da Silva.

‘Joel do Mosquito’, como era mais conhecido na comunidade, foi apontado pelas investigações como líder de uma organização criminosa que há vários anos atuava no Mosquito.

 Ainda segundo o MP, Joel possuía condenação criminal por tráfico de entorpecentes, tendo constituído ao longo do tempo um vasto patrimônio, distribuído em nome de terceiros e gerenciado de modo a ocultar a origem ilegal dos recursos.

“Ao longo da investigação ficou comprovado que o grupo é responsável pela gestão de um elevado patrimônio, avaliado em mais de R$ 1 milhão, composto por automóveis de luxo, apartamentos, terrenos em condomínios de praias e em outros locais de alta valorização imobiliária, uma empresa de construção civil, dois salões de beleza e cafeteria em área nobre da capital”, afirmou o MP.

Por fim, foi determinada a indisponibilidade dos bens dos investigados e das empresas utilizadas para lavagem de dinheiro. Também foram apreendidas armas, drogas e considerável quantidade de dinheiro.

Participaram da operação 12 promotores de Justiça do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), 150 policiais militares e 16 policiais rodoviários federais.

Fonte: G1

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