A principal linha de investigação da polícia neste momento envolve a participação de policiais militares na chacina que deixou 18 mortos e seis feridos na última noite nas
cidades de Osasco e Barueri, na Grande SP.
Segundo essa linha de apuração, a onda de crimes teria sido uma retaliação ao assassinato de um PM, na semana passada, em Osasco. O policial foi baleado ao reagir a um assalto, em um posto de combustíveis da cidade.
A suposta participação de policiais nos assassinatos colocou o comando das corporações sob alerta. Os efetivos foram colocados de prontidão e reforçados na região metropolitana, para reagir a eventuais retaliações de criminosos a carros ou bases policiais nas próximas noites e madrugadas.
A participação de policiais em chacinas desse tipo não é incomum. Nas cinco principais chacinas registradas na capital paulista desde 2013, onde morreram 42 pessoas, existe a suspeita de participação da polícia. Em abril, polícias militares são suspeitos de participar da execução sumária de oito pessoas que participavam de uma festa na sede da torcida Pavilhão 9, do Corinthians.
A Corregedoria da Polícia Militar também já está atuando no caso, para que a chacina seja esclarecida o mais rápido possível, como cobrou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta sexta-feira (14). O governo, porém, nega a entrada da corregedoria, já que essa participação configura uma suspeita mais forte da atuação de policiais no crime.
O secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, está acompanhando diretamente o caso. Segundo ele, a atuação de policiais é apenas uma das linhas de investigação.
Cápsulas de três diferentes calibres de armas foram encontradas próximas aos corpos das vítimas: 9 mm (de uso das Forças Armadas) e 38 e 380, de uso de guardas civis metropolitanos.
As ações foram semelhantes. Homens encapuzados estacionaram um carro, desembarcaram e dispararam vários tiros contra as vítimas. Em alguns locais dos crimes, testemunhas disseram que os assassinos perguntaram por antecedentes criminais, o que definia vida ou morte das pessoas.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, após apurar as características dos carros usados pelos criminosos, ao menos dois grupos participaram dos assassinatos –homens em uma moto e em um Peugeot prata em Osasco e em um Renault Sandero prata em Barueri.
O governo, porém, ainda não afirma se as 15 mortes em Osasco têm relação com as três de Barueri. Os horários dos crimes e o modus operandi indicam atuação em conjunto.
A participação de policiais em chacinas na Grande SP tem sido comuns. Em maio, por exemplo, um policial militar e um ex-PM foram presos sob suspeita de participação na chacina na sede da torcida corintiana Pavilhão Nove, na zona oeste de São Paulo, que deixou oito mortos.
Dos 18 mortos, seis deles, segundo o governo, tinham antecedentes criminais, com passagens por receptação, tráfico, roubo, lesão corporal e Lei Maria da Penha.
VEJA O NOME DAS VÍTIMAS DA CHACINA
- Adalberto Brito da Costa;
- Antônio Neves Neto;
- Deivison Lopes Ferreira;
- Eduardo Bernardino Cesar Fernando;
- Eduardo Oliveira Santos;
- Fernando Luiz de Paula;
- Igor Silva Oliveira;
- Jailton Vieira da Silva;
- Jonas dos Santos Soares;
- Joseval Amaral Silva;
- Leandro Pereira Assunção;
- Presley Santos Gonçalves;
- Rafael Nunes de Oliveira;
- Rodrigo Lima da Silva;
- Tiago Teixeira de Souza;
- Thiago Marcos Damas;
- Wilker Thiago Corrêa Osório.
Fonte: Folha de São Paulo
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