Ela crescia debaixo d'água onde agora fica a Europa moderna, não tinha pétalas e dava uma única semente. Segundo cientistas, que estimam sua idade entre 125 e 130 milhões de anos, pode ser a planta
com flor mais antiga de que se tem notícia.
Mais de mil fósseis da planta denominada Montsechia vidalii foram analisados cuidadosamente em um estudo publicado nesta segunda-feira (17) pela Academia de Ciências dos Estados Unidos (PNAS). Ela parece tirar o título de mais antiga de uma planta chinesa, que até agora era considerada uma das mais antigas.
"Isso de 'primeira flor' é tecnicamente um mito, como o 'primeiro humano'", disse o paleobotânico David Dilcher, principal autor do estudo. "Mas com base nesta nova análise, sabemos que a Montsechia é mais antiga, do que a Archaefructus (sinensis)", uma planta aquática similar, encontrada na China.
Os cientistas conhecem há tempos a Montsechia vidalii, que crescia abundantemente em lagos de água doce. Seus fósseis foram encontrados há mais de um século nos depósitos de calcário da cadeia Ibérica, no centro da Espanha, e nos Pirineus, perto da fronteira com a França.
Mas, segundo Dilcher, muitos fósseis foram mal-interpretados porque a Montsechia "não tem 'partes de flor' óbvias, como pétalas ou estruturas de produção de néctar para atrair insetos e vive todo o seu ciclo debaixo d'água".
A planta contém uma única semente, que é a característica dominante de uma planta que floresce ou planta angiosperma.
"A reinterpretação destes fósseis dá uma nova perspectiva fascinante sobre um grande mistério da biologia das plantas", avaliou, por sua vez, Donald Les, professor de ecologia e de biologia evolutiva da Universidade de Connecticut, que comentou o trabalho na publicação.
Ele acrescentou que o trabalho "representa uma contribuição importante à contínua busca para decifrar os eventos ecológicos e de evolução que acompanharam o crescimento das plantas com flor até seu protagonismo global".
Fonte: Uol
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