Uma das primeiras reações na Itália após as prisões dos dirigentes da Fifa na semana passada foi lembrar a Copa do Mundo de 2002. A
eliminação polêmica para a anfitriã Coreia do Sul nas oitavas de final ainda não foi esquecida. E agora, diante de novas acusações de fraudes e interesses financeiros, um vilão para os italianos ressurgiu: Byron Moreno, o árbitro que prejudicou a Azzurra, acumulou punições e chegou até a ser preso por tráfico de drogas.
Equatoriano, Byron Moreno foi tema de matérias nos principais jornais italianos nos últimos dias. A Gazzetta dello Sport, por exemplo, lembrou da "noite assombrosa de 2002" e reforçou que "aquela partida ainda segue sob forte suspeita". O Corriere dello Sport, por sua vez, fala que para a Fifa é "melhor proteger os interesses do país anfitrião" numa Copa e resume o currículo comprometedor do árbitro.
O fato é que Byron Moreno não economiza em argumentos contra sua conduta. No jogo entre Coreia do Sul e Itália, uma expulsão, um pênalti e um gol legítimo anulado, todos prejudicando os italianos, foram decisivos na classificação dos anfitriões asiáticos.
Algo parecido aconteceu no futebol equatoriano no mesmo ano. A LDU, atuando em casa, contou com 13 minutos de acréscimos para virar a partida, sendo que ele havia sinalizado "apenas" seis minutos, já contestados.
As duas polêmicas, reunidas, renderam ao árbitro uma suspensão de 20 jogos e uma investigação. Pouco depois de voltar do "gancho", nova suspeita: Byron Moreno expulsou três jogadores do time visitante numa partida no Equador. Resultado: nova suspensão e a carreira encerrada logo na sequência.
Ele se tornou comentarista de TV, mas voltou a ser notícia no mundo em 2010. Em setembro daquele ano, foi preso com seis quilos de heroína no aeroporto JFK, de Nova York. Condenado a 30 meses de prisão nos Estados Unidos, cumpriu 26. Saiu antes por bom comportamento na casa de detenção, onde voltou a fazer o que o consagrou: apitar jogos de futebol.
Na oportunidade, Byron Moreno alegou que tinha dívidas com pessoas ligadas ao tráfico e que sua família estava em perigo, por isso aceitou transportar a droga. A polícia norte-americana não o perdoou. Os italianos também não, 13 anos depois.
Fonte: Uol
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