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sexta-feira, junho 19, 2015

Senadores de oposição pedirão para excluir Venezuela do Mercosul

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Enfurecidos com a viagem frustrada feita à Venezuela na quinta (18), os senadores de oposição pedirão oficialmente a exclusão do país vizinho do grupo de nações que integram o Mercosul, a partir da exigência do
cumprimento da cláusula democrática que baseia os acordos do Mercosul.

Os senadores querem pedir ao governo brasileiro que requeira ao Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão responsável pelo processo de integração do bloco, a adoção de medidas contra a Venezuela, que poderá ser considerada um Estado violador dos acordos de manutenção do princípio democrático. As punições podem variar de uma suspensão até a exclusão do país do bloco.

"Se existia alguma dúvida sobre aquilo que prevalece na Venezuela, os oito senadores de diversos partidos voltam para dizer: não há qualquer dúvida de que a Venezuela não vive uma democracia. Os oposicionistas são aterrorizados, alguns deles presos, as pessoas que discordam do governo na rua são afrontadas e aqueles que querem se manifestar, como nós fizemos, são impedidos", afirmou Aécio Neves (PSDB-MG) na manhã desta sexta-feira (19).

Ele e os outro sete senadores que viajaram nesta quinta-feira (18) ao país vizinho se reuniram no Senado pela manhã. "É preciso que o Brasil, fazendo valer a sua tradição de país democrata, não se submeta a acordos de viés ideológico que, na verdade, vêm trazendo prejuízo à Venezuela, mas podem no futuro trazer ao Brasil", completou o senador.

Para o tucano, houve uma ação deliberada tanto por parte do governo venezuelano quanto por parte do governo brasileiro para impedir que a comitiva conseguisse sair do aeroporto e chegasse ao presídio de Ramo Verde, onde tentariam visitar o opositor Leopoldo López, detido há mais de um ano acusado de instigar protestos contra o governo.

A comitiva ficou presa em um engarrafamento na saída do terminal e a van onde os senadores estavam foi cercada por dezenas de partidários do governo, que bateram no veículo gritando: "Chávez não morreu, multiplicou-se", em referência ao ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013.

Os senadores também afirmam que foram abandonados pelos representantes do Itamaraty na Venezuela. Segundo eles, o embaixador brasileiro Ruy Pereira apenas os recebeu no aeroporto e depois foi embora.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) prometeu apresentar uma proposta de emenda à Constituição para levar a prerrogativa da decisão sobre a exclusão de algum país do Mercosul para o Congresso.

Aécio também defendeu em plenário que o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, seja convocado pela Comissão de Relações Exteriores da Casa para explicar os incidentes em Caracas. "Os energúmenos não nos intimidaram", disse.

OUTRO LADO

Autoridades que escoltavam a comitiva alegaram que o bloqueio se devia a obras na pista, limpeza de túneis e segurança para o translado de um prisioneiro recém-extraditado da Colômbia. Mais cedo, o trânsito parou por um derramamento de carga —esta foi a razão apontada pelo presidente Nicolás Maduro para o tráfego impedido.

O avião com Yonny Bolívar, acusado de matar uma manifestante grávida nos protestos de 2014, aterrissou em Caracas às 11h (12h30, em Brasília), uma hora antes da chegada da aeronave da FAB que levou a comitiva.

À Folha, porém, um dos agentes da Polícia Nacional Bolivariana admitiu haver uma ação orquestrada para bloquear a passagem do veículo com os brasileiros.

O Itamaraty divulgou nota na noite desta quinta-feira (18) em que critica os "inaceitáveis atos hostis" de manifestantes contrários à comitiva de senadores brasileiros em Caracas e afirma que pedirá ao governo venezuelano "os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido".

Fonte: Folha de São Paulo

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