Os professores da rede estadual de ensino de Mato Grosso do Sul, que encerraram greve na última segunda-feira (8), recebem o melhor salário do país, segundo
levantamento feito pelo G1. A paralisação durou oito dias.
O presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação do estado (Fetems), Roberto Botarelli, afirmou ao G1 nesta sexta-feira (12) que o salário no estado é 38% acima do piso nacional para 40 horas de jornada.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Sed), o professor com ensino médio recebe salário incial de R$ 2.662,83 para carga horária de 40 horas semanais, enquanto o piso nacional é de R$ 1.917,18.
Com esse valor, o estado estava em terceira posição no ranking nacional no começo de 2015. Segundo ele, a rede estadual sul-mato-grossense é uma das poucas do país que conseguiu o índice de correção do piso nacional de 13,01% no último janeiro.
"Fomos o único estado do país a conseguir reajuste de 13,01% da correção do piso nacional. Paraná, mesmo com a greve que durou 40 dias, os professores conseguiram 3,45% de reajuste. Pernambuco conseguiu 7%", ressaltou.
Segundo a Fetems, ranking divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) apontou que o estado ocupa o quinto lugar, depois do reajuste do Piso Salarial Nacional, de 13,01%, do Ministério da Educação (MEC). No início de janeiro, também houve negociações referentes a implantação do piso por 20 horas, como determina o Plano Nacional de Educação (PNE). O levantamento foi divulgado no site da Fetems no dia 1º de junho de 2015.
O ranking aponta que os dois maiores salários são pagos aos professores estaduais do Amazonas e do Espírito Santo, mas nesses locais o valor divulgado no levantamento é referente a professores com graduação, enquanto que os demais estados se referem ao professor com formação em nível médio.
Integralização
A secretária estadual de educação, Maria Cecília Amendola da Motta, afirmou que em 2014 o estado estava em terceiro lugar com melhor salário para professores no país e que, apesar da queda de duas colocações neste ano, a posição ainda é boa.
No dia 27 de maio, os professores entraram em greve. A categoria protestava contra reajuste zero aos administrativos da educação, unificação anual de reajustes de professores e administrativo para janeiro e descumprimento da lei 4.463/2013 a partir de janeiro deste ano - pagamento da 1/3 de hora-atividade.
Outro pedido era a integralização do piso nacional para carga horária de 20 horas. Depois de oito dias parada, a categoria aceitou acordo com o governo, que garante o pedido em prazo maior do que a reivindicação inicial. O acordo é visto como avanço, tanto pela secretaria como pela categoria.
"A correção do piso nacional de 13,01% foi dada a partir de janeiro e fevereiro, e pagamos em março com retroativo. E tinha também uma negociação com o governo anterior do piso ser pago para carga horária de 20 horas. Essa proposta foi feita ao longo de quatro anos, e a gente achou que tinha que adequar. Então propusemos puxar o piso para 20 horas no prazo de oito anos, e não quatro, como era a proposta inicial", explicou.
Consenso
Nesse período, a categoria entrou em greve e, em audiência de conciliação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, os professores e o governo entraram em consenso para cumprir a proposta no prazo de sete anos.
"Se tem como pagar melhor, temos que fazer mesmo. Porque o professor é a mola de desenvolvimento de um estado, de um país. Temos que investir", ressaltou.
O presidente da Fetems, Roberto Botarelli, diz que o acordo com o governo dá segurança aos professores.
"É sentença, nos dá segurança jurídica e ,ela sendo aplicada conforme foi proposto e aprovado pela categoria, vai significar para MS um grande avanço. Esperamos antes de 2021 que professor daqui deve ter melhor salário do país", refletiu.
O professor Getúlio Raimundo Belima, 48 anos, leciona na rede estadual desde 2013. Ele diz que embora o salário seja o melhor do país, o valor deveria ser maior. Para Belima, que lida semanalmente com cerca de 300 alunos, o salário dos professores deveria ser um valor em torno de R$ 4 mil a R$ 5 mil.
“A qualidade e o desempenho dos professores, além do tempo que eles dedicam à pesquisas, deveria ser melhor recompensada. Em comparação aos professores do município, por exemplo, eles estão com um padrão melhor de qualidade”, finalizou.
Professores da rede pública de ensino de Campo Grande, que estão em greve há 19 dias, voltaram a protestar na manhã desta sexta-feira (12) contra a demora nas negociações com a prefeitura sobre o reajuste reivindicado pela categoria.
Município
Professores da rede pública de ensino de Campo Grande estão em greve desde o dia 25 de maio. A paralisação completou 19 dias nesta sexta-feira (12), dia em que a categoria voltou a protestar contra a demora nas negociações com a prefeitura sobre o reajuste reivindicado pela categoria.
Os servidores reivindicam pedem reajuste do piso de 13,01% para atingir o nível nacional e rejeitaram a proposta da prefeitura de 8,5% parcelados até o fim do ano. Os profissionais não abrem mão do índice proposta e aguardam uma contraproposta.
Fonte: G1
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