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quinta-feira, maio 28, 2015

Professores e funcionários de universidades federais iniciam greve

Professores em greve no Sergipe se algemam durante manifestação nesta quinta-feira (28) (Foto: Jorge Henrique/Futura Press/Estadão Conteúdo)Professores e técnicos de universidades federais de ao menos 14 estados decidiram, em assembleias, paralisar suas atividades a partir desta quinta-
feira (28).

A greve começou em universidades federais de Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambucano, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins (veja abaixo as universidades por estado).

Os servidores pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira e aumento de investimentos nas federais. Ao longo dos próximos dias, professores e servidores de todas as universidades federais devem fazer assembleias para decidir se participam ou não do movimento nacional.
Os professores da universidade federal do Acre devem parar as aulas a partir de sexta-feira (29).
No Mato Grosso do Sul, os professores da UFMS marcaram paralisação para sexta. No mesmo dia haverá paralisação dos docentes da UFSC, em Santa Catarina.

No Ceará, professores e técnicos da UFC, UFCA e Unilab também ficarão de braços cruzados na sexta.
No Paraná, a UFPR vai fazer assembleia na sexta para os professores decidirem se entram ou não em greve.
Em Roraima, os professores da UFRR resolveram continuar com as aulas.
Data marcada
A data do início da greve havia sido anunciada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), após decisão em 16 de maio. Os professores tentam pressionar o governo federal a ampliar o repasse às universidades federais, apesar do corte de R$ 9,42 bilhões no orçamento do MEC.
Em nota, o Ministério da Educação informou na quarta-feira que se reuniu com as entidades em busca de diálogo e foi informado desde o início de que havia data marcada para a greve. "Isto não é diálogo. O diálogo supõe a vontade de ambas as partes de conversar, só recorrendo à greve em último caso", afirma o ministério.
Ao G1, o presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, disse que considera que o MEC cessou o diálogo. "A decisão pela greve foi tomada após uma reunião com o ministério em que disseram não ter compromisso com o acordo de carreira que foi fechado com Secretaria de Educação Superior em 2014."

Em nota, outro sindicato que representa a categoria indicou a continuidade das negociações. "A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (PROIFES-Federação) orientou aos filiados a aguardarem contraproposta do Ministério do Planejamento para então avaliar se a base indicará greve no ensino superior público", informou a Proifes.
Veja a situação em cada estado:
Acre
Na Universidade Federal do Acre (UFAC), a greve de professores federais começará nesta sexta-feira. O movimento foi aprovado pela categoria após uma assembleia realizada em 25 de maio.
"A nossa greve está cumprindo o que diz a legislação, que prevê o aviso com antecedência mínima de 72 horas, e nós cumprimos, avisamos o reitor Minoru Kinpara no prazo estabelecido", explicou o vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac), João Lima.

Alagoas
Os docentes e os técnicos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) paralisaram as atividades nesta quinta. A greve, segundo eles, é por tempo indeterminado. A decisão dos professores da Ufal foi tomada após assembleia na segunda-feira (25).
Amapá
Os professores da Universidade Federal do Amapá (Unifap) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta, segundo informações do Sindicato dos
Docentes da Universidade Federal do Amapá (Sindufap).
Os técnicos administrativos também discutem a possibilidade de deflagrar greve. Uma assembleia está sendo realizada na manhã dessa quinta-feira, para decidir quais setores da instituição vão continuar os serviços.
Bahia
Parte dos trabalhadores terceirizados da Universidade Federal da Bahia (UFBA) está em greve por tempo indeterminado desde 13 de maio. Eles pedem o pagamento dos salários de fevereiro, março e abril que ainda não foi feito pela empresa Líder Recursos Humanos, contratada pela universidade.
De acordo com a assessoria da universidade, a paralisação é realizada apenas por parte dos terceirizados, que integram o quadro dos setores de limpeza e administrativo.
Na quinta-feira (21), o reitor da UFBA, João Carlos Salles, assumiu que a universidade tem uma dívida de R$ 28 milhões, referente ao ano de 2014, e convocou a comunidade acadêmica e a sociedade civil para um ato público que pretende pressionar o governo federal contra os cortes no orçamento.
Ceará
Professores e servidores da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Unilab e da Universidade Federal do Cariri vão parar suas atividades nesta sexta-feira (29). A paralisação foi decidida em ato em 14 de maio.
Espírito Santo
Os servidores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) aderiram à paralisação nacional e iniciaram a greve nesta quinta-feira (28). Já os professores da Ufes marcaram assembleia para a próxima terça-feira (2) para decidir se entram ou não em greve.
No Hospital Universitário, a greve começa a partir de 1º de junho. Durante uma assembleia que também acontece nesta quinta, os servidores decidem quais serviços ficarão disponíveis para população.
Goiás
Servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Goiás (UFG), do Instituto Federal de Goiás (IFG) e do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) entraram em greve nesta quinta. Os professores não aderiram ao movimento no estado.

Mato Grosso
Professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) entraram em greve, por tempo indeterminado, a partir desta quinta. A decisão foi tomada em assembleia. A UFMT tem cerca de 20 mil alunos e 1.800 professores.

Mato Grosso do Sul
Professores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) prometem parar nesta sexta-feira. Segundo informações da Associação dos Docentes da UFMS, a sexta será um dia de manifestação. A aprovação ou não da greve será debatida em assembleia em 10 de junho.
Minas Gerais
Os técnicos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) entraram em greve nesta quinta-feira por tempo indeterminado. De acordo com a Associação dos Servidores Administrativos (Asav), a decisão foi tomada em Assembleia Geral da categoria. Segundo a UFV, devido à greve, o funcionamento de alguns setores da instituição será alterado.

Também aderiram os técnicos administrativos da Universidade Federal de Lavras (Ufla-MG) e da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG). A decisão foi tomada em assembleia convocada pela Federação dos Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA).
Pará
Servidores da Universidade Federal do Pará (UFPA) deram início nesta quinta-feira (28) à paralisação aprovada em assembleia na última segunda-feira. Os grevistas fecharam os portões de acesso da UFPA em Belém durante o período da manhã.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará (Sindtifest), o portão principal, na avenida Bernardo Sayão, e o porto próximo ao ginásio, foram bloqueados.
A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) também aderiram ao movimento grevista. A categoria pede reajuste de 27% e reestruturação da carreira, além de piso salarial de R$ 3.182.
Paraíba
Os professores e os servidores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta.
Na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), técnicos começaram nesta quinta a greve decidida em assembleia. Os professores do campus de Patos também resolveram aderir à greve.
Paraná
Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) vão fazer uma assembleia na manhã de sexta-feira para decidir sobre a possibilidade de greve. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), a assembleia está marcada para começar às 8h, na sede do sindicato.
Pernambuco
Os servidores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) começaram a greve, por tempo indeterminado, nesta quinta-feira. Com o movimento, os técnicos pretendem paralisar setores como administrativo, secretarias e bibliotecas.
Já os professores da UFPE e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) decidiram manter as aulas durante assembleia realizada na última segunda.
Rio de Janeiro
Professores e técnicos administrativos da Universidade Federal Fluminense (UFF) decidiram entrar em greve, a partir desta quinta-feira. Na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a paralisação está marcada para esta sexta-feira e na rural (UFRRJ) uma assembleia será realizada também nesta quinta-feira para definir se as aulas irão continuar.
Já os professores da UniRio e da UFRJ se reuniram e afirmaram que não vão aderir ao movimento.
Rio Grande do Norte
Os docentes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) deram início nesta quinta à greve, por tempo indeterminado, decidida em assembleia no último dia 21.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), os professores não aderiram à greve nacional. De acordo com a Adurn (sindicato dos professores), "o sindicato está chamando a realização de reuniões com os docentes para discutir a campanha salarial e de carreira e o processo de negociação já em andamento".

Rondônia
A Associação de Docentes da Universidade Federal de Rondônia (Adunir) e Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Sintunir) também decidiram aderir à greve.

Em 19 de maio, os dois sindicatos deliberaram pela paralisação por quatro dias, a partir de 25 de maio. Nesta quinta-feira (28), Adunir e Sintunir fizeram assembleia conjunta e decidiram manter a paralisação e aderir à greve geral, a partir de 1º de junho.

Roraima
Professores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) decidiram em assembleia geral continuar as aulas e ficar em estado permanente de greve. De acordo com a Seção Sindical dos Docentes da UFRR (Sesduf), isso significa que eles continuarão as atividades em salas de aula, porém, a qualquer momento, pode ocorrer uma paralisação.
Santa Catarina
Em assembleia no dia 25, os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiram paralisar suas atividades na sexta-feira (29) e aprovaram o indicativo de greve sem data definida para começar. 
De acordo com o sindicato dos professores (AndesUFSC), a próxima assembleia da categoria está marcada para o dia 2 de junho.

Sergipe
O Sindicato dos Trabalhadores Técnico Administrativos em Educação da Universidade Federal de Sergipe (Sintufs) e a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (ADUFS-SSIND) realizaram ato de deflagração de greve nesta quinta-feira.  A mobilização ocorreu no início da manhã desta quinta na reitoria do Campus que fica localizado no município de São Cristóvão, na Grande Aracaju.
Tocantins
Os professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) decidiram em assembleia realizada na terça-feira (26) a aprovação da greve da categoria. Segundo a Seção Sindical dos Docentes da UFT (Sesduft), a paralisação começou nesta quinta-feira, seguindo o movimento nacional, e será por tempo indeterminado. Cerca de 20 mil estudantes ficam sem aulas.

Greve nacional
O sindicato nacional dos professores das instituições federais (Andes-SN) organizou o início da greve nas universidades para esta quinta-feira. No entanto, cada uma das universidades deve votar em assembleia local a adesão ou não ao movimento. 
Segundo a entidade, a greve foi aprovada no dia 16 de maio como "o último recurso encontrado pelos docentes para pressionar o governo federal a ampliar os investimentos públicos para a educação pública, e dar respostas ao total descaso do Executivo frente à profunda precarização das condições de trabalho e ensino nas Instituições Públicas Federais".
Em 2012, na maior greve organizada pelo sindicato, as instituições pararam em maio, e a maioria delas retomou as aulas apenas em setembro, depois de quase quatro meses de paralisação. O movimento chegou a atingir, em níveis diversos, 57 das 59 instituições.

Fonte: G1

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