O grupo jihadista Estado Islámico (EI) reivindicou, nesta terça-feira (5), através de sua emissora de rádio, o ataque realizado domingo
(3) contra um concurso de caricaturas sobre Maomé, organizada por centro cultural no Texas, sul dos Estados Unidos, informam a agência internacional de notícias France Presse (AFP) e a a BBC.
"Dois soldados do califado executaram um ataque contra uma exposição de caricaturas contra o profeta em Garland, Texas, América", afirma o grupo, que proclamou um califado nos territórios que controla no Iraque e na Síria.
"Dizemos à América que o que está sendo preparando será mais importante e mais amargo. Verão coisas horríveis dos soldados do Estado Islâmico", afirma o grupo jihadista.
O ataque aconteceu na cidade de Garland, perto de Dallas, onde a associação 'American "Freedom Defense Initiative", considerada anti-islâmica, organizava um concurso de caricaturas de Maomé, cuja representação é proibida pelo islamismo.
Nesta segunda (4), o FBI identificou o segundo atirador morto durante o ataque. Segundo agentes da organização ouvidos pela CNN, Nadir Soofi dividia um apartamento com Elton Simpson, o outro atirador.
Ao contrário de Simpson, no entanto, Soofi não era conhecido pelo FBI e seu nome não fazia parte de nenhuma investigação ou monitoramento. Na segunda, policiais estiveram no apartamento onde os dois moravam, no condomínio Autumn Ridge. A área foi isolada durante as buscas por pistas.
Simpson e Soofi tinham a intenção de “matar pessoas”, segundo o FBI, mas não chegaram a entrar no centro cultural. Eles atiraram em um segurança, cujo nome não foi divulgado, e o atingiram no tornozelo. O guarda não foi ferido gravemente e não corre risco de morte.
Elton Simpson, identificado como um dos atiradores do centro cultural no Texas (Foto: Reprodução/ABC News)
Na sequência, de acordo com o porta voz do Departamento de Polícia de Garland, Joe Harn, um policial que atua no controle de trânsito e que estava fazendo hora extra como segurança do evento, disparou e acertou os dois, que morreram no local. Os atiradores estavam armados com rifles e usavam coletes a prova de balas, enquanto o segurança tinha apenas uma pistola.
A identidade do policial não foi divulgada, mas sua atuação foi elogiada por seus superiores. “Ele fez o que estava treinado para fazer, e sob a ameaça em que estava, fez um trabalho muito bom. E provavelmente salvou vidas. Achamos que o plano deles era entrar no centro cultural, e eles não conseguiram atravessar o perímetro que estabelecemos”, disse Harn.
Conhecido pelo FBI
Elton Simpson era conhecido pelo FBI há alguns anos. Ele foi condenado em 2011 por dar um testemunho falso em uma investigação sobre terrorismo internacional e doméstico, e foi sentenciado a três anos de liberdade condicional.
Vista aérea mostra o carro usado pelos atiradores no ataque ao Curtis Culwell Center, em Garland, no Texas (Foto: Reuters/Rex Curry)
Na época, ele negou ao FBI ter discutido uma viagem à Somália para se envolver na jihad, quando na verdade ele tinha realizado a conversa.
Pouco antes do ataque, ele teria publicado um tuíte com a hashtag “#texasattack”. “Que Alá nos aceite como mujahideen ('santos guerreiros')”, dizia a mensagem.
Ataque
Os dois homens se aproximaram de carro do estacionamento do Culwell Centre Curtis da cidade de Garland, perto de Dallas, onde quase 300 pessoas assistiam ao evento no domingo, que os organizadores promoveram como um acontecimento a favor da liberdade de expressão.
Policiais da unidade especial SWAT informaram que ao chegar ao local os dois homens abriram fogo e feriram um guarda. Outro segurança atirou de volta e matou os dois.
Após a troca de tiros, o local em que acontecia o concurso foi isolado e os participantes foram impedidos de deixar o prédio, mas foram liberados pouco depois.
Uma equipe do esquadrão antibombas inspecionou o carro dos atiradores, pois suspeitavam da possibilidade de explosivos no veículo.
Fita de isolamento impede a aproximação ao condomínio Autumn Ridge, onde viviam os atiradores que atacaram o Curtis Culwell Center, em Garland, no Texas (Foto: Reuters/Nancy Wiechec)
O porta-voz da polícia de Garland, Joe Harn, afirmou pouco depois que a ameaça aparentemente foi controlada, mas helicópteros da força de segurança patrulhavam a região por precaução.
De acordo com a organização SITE, que monitora as comunicações de combatentes e grupos jihadistas, um homem reivindicou o ataque em uma conta do Twitter relacionada com a organização Estado Islâmico (EI). A pessoa escreveu o ato e foi executada por simpatizantes do grupo.
"Dois de nossos irmãos abriram fogo contra a exposição artística do profeta Maomé no Texas", afirma a mensagem de um homem que se identifica na rede como Abu Hussain al-Britani.
De acordo com o SITE este é o nome de combate do jihadista britânico do EI Junaid Hussain.
Fonte: G1
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