Os 24 restaurantes populares existentes no Rio Grande do Norte passarão por mudanças nas próximas semanas, nos aspectos nutricionais e de organização.
Criados para atender ao público carente, as unidades recebem também aposentados e servidores públicos municipais, estaduais e federais, principalmente a unidade instalada no Centro Administrativo do Estado, em Candelária. No entanto, algumas pessoas reclamam de desorganização e falta de prioridade na hora do almoço, quando servidas cerca de 800 refeições ao dia.
Para o funcionário público Carlos Magno, é preciso fazer uma triagem detalhada para identificar quem é servidor ou prestador de serviços ao executivo, que também entra na fila específica para a primeira categoria. Ele, que chegou ao local por volta das 11h30, disse que desde a manhã desta segunda-feira (23) foi informado que teria que levar um documento que comprove a sua ligação com o Estado para ter direito à fila preferencial. “É preciso fazer isso direito, porque tem muita gente se aproveitando da desorganização para tirar vantagem e entrar primeiro no restaurante”, falou.
O servidor Gilvan Miranda confirmou a informação e falou que antes, todos entravam na mesma fila e que o problema já teria sido comunicado à coordenação dos restaurantes, sem que nada tivesse sido feito para resolver o entrave. “Nunca nos exigiram documento ou outra coisa, só hoje. Não sei como será nos próximos dias”, falou.
Para o motorista Inácio Batista, além da desorganização na hora da formação da fila para entrar no prédio, outro problema que incomoda muitas pessoas é a variedade de alimentos ofertados no restaurante, que segundo ele não contempla pessoas com dietas especiais, como idosos, hipertensos e diabéticos. Ele disse que, mesmo não sendo servidor público, almoça diariamente no local.
“Os alimentos são bons, mas sentimos falta de uma variedade maior de saladas, alimentos sem gordura ou com quantidades de sal e açúcar indicados para quem sofre com pressão alta e diabetes, por exemplo. Sabemos que o Governo do Estado arca com 90% do preço final dos pratos, por isso mesmo, a qualidade e variedade deveria ser melhor”, falou.
Segundo o autônomo Manoel Ribeiro, o restaurante popular é uma ajuda importante para quem vive com apenas um salário mínimo para sustentar a família e, por causa do horário de trabalho, tem que se almoçar fora de casa. Ele disse que os alimentos servidos são de boa qualidade e que, embora muitas vezes deseje algo diferente, não se sente à vontade para pedir mudanças no cardápio, como a retirada ou inclusão de algum item, por exemplo, pelo preço que é cobrado.
“Por esse preço, não podemos reclamar muito não. Mas, na verdade, eu gosto de vir para cá, trabalho sempre por aqui e a comida é boa. A fila é desorganizada sim, mas como são quase sempre as mesmas pessoas, nos entendemos. E além do mais, almoçar aqui representa uma economia boa, imagine que eu como bem pagando apenas R$ 1,00 quando, se fosse almoçar em outro local, seria no mínimo R$ 10,00″, desabafou.
Mudanças em breve
As mudanças a serem implantadas nos restaurante populares deve acontecer nas próximas semanas, com a implementação de catracas eletrônicas para o controle do número de pessoas atendidas diariamente nas unidades e alterações nos cardápios, que devem acontecer em breve. Segundo o coordenador de Projetos e Desenvolvimento Social da Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e Assistência Social (Sethas), Paulo Jordão, a ideia é organizar o local.
“Estamos trabalhando com uma nutricionista que está visitando diariamente as unidades e elaborando um cardápio para uma alimentação balanceada em uma estrutura que realmente lembre um restaurante e não um galpão velho. Além disso, também estamos aguardando a conclusão de um processo licitatório para a instalação de catracas eletrônicas para organizarmos e mantermos o controle dos usuários, de forma a beneficiar a todos, servidores públicos, preferenciais e público em geral”, explicou.
Ele disse que enquanto isso não acontece, funcionários da própria Sethas ficaram responsáveis por organizar as filas, para evitar problemas e bagunça na hora da entrada no restaurante. “É uma medida paliativa, enquanto não concluímos as melhorias que planejamos para as unidades”, afirmou.
Fonte: Portal JH
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