O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, condenou nesta terça-feira (18/11) o ataque cometido por dois palestinos contra uma sinagoga em
Jerusalém, causando a morte de quatro rabinos estrangeiros que vivem em Israel — três norte-americanos e um britânico.
"A Presidência palestina condena toda forma de ataque que tenha como alvo civis, sem importar quem tenha cometido, que causou a morte dos que oravam em um dos lugares de reza de Jerusalém", declarou Abbas, em nota, pedindo também o fim das "provocações de colonos judeus e do governo de Israel".
Na manhã de hoje, dois palestinos entraram armados na sinagoga e atacaram o local, onde judeus rezavam, em um bairro ortodoxo na parte ocidental de Jerusalém. Mortos em seguida pela polícia israelense, os dois suspeitos foram identificados como Ghassan Abu Jamal e Odai Abu Jamal, moradores de um bairro árabe em Jerusalém Oriental. Ambos eram membros da FPLP (Frente Popular de Libertação da Palestina), organização que reivindicou autoria da ação. Pelo menos outras oito pessoas ficaram gravemente feridas com o ataque.
Resposta com "mão pesada"
Após o incidente, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu responder com “mão pesada” e acusou Abbas de incitar a violência em Jerusalém. Depois de uma reunião no gabinete de segurança israelense, o premiê também anunciou destruição dos imóveis que pertencem aos dois palestinos suspeitos pelo crime e de outros indivíduos que “cometeram atos de terrorismo” nos últimos dias.
Já o grupo islâmico Hamas classificou o ataque como “uma vingança heroica e rápida pela execução de Yusuf al-Rumani", palestino que foi encontrado enforcado na segunda-feira (17/11). As autoridades israelenses dizem que o motorista de ônibus se suicidou, mas os familiares acusam os judeus ortodoxos pelo crime.
Escalada na tensão
Na última quarta feira (12/11), uma mesquita foi incendiada perto de Ramallah, na Cisjordânia, e uma bomba incendiária foi lançada contra uma sinagoga no norte de Israel. O ataque à mesquita é atribuído pelos palestinos aos colonos israelenses que moram em assentamentos nas redondezas; já em Israel, pressupõe-se que a bomba na sinagoga foi lançada por um palestino.
No início deste mês, a polícia israelense invadiu a mesquita de Al Aqsa em busca de jovens palestinos que haviam lançado pedras, ato que levou a Jordânia a chamar seu embaixador em Israel para consultas. No mesmo dia, um palestino de Jerusalém utilizou seu carro como arma e atropelou policiais israelenses que estavam em uma estação de trem. Um policial morreu e dois ficaram feridos.
Foi o início de uma série de ações de palestinos, alguns com carros e outros com facas, que atacaram israelenses em Jerusalém, Tel Aviv e na Cisjordânia, matando 6 pessoas e ferindo dezenas. Por outro lado, pelo menos doze palestinos foram mortos por judeus ultra-ortodoxos ou pela própria polícia israelense.
Em análise publicada em Opera Mundi na semana passada, a correspondente em Tel Aviv Guila Flint avalia que “o conflito entre os dois povos parece estar entrando em um novo capítulo, ainda mais duro do que os anteriores, no qual o sentimento religioso fala mais alto e argumentos políticos perdem espaço”.
Fonte: Opera Mundi
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