Uma mulher de Goiânia briga na Justiça para tentar receber parte do prêmio de R$ 80 milhões da Mega-Sena da Virada, sorteado no final
de 2012. A comerciante, que prefere não se identificar, conta que participou de um bolão com um amigo e outras duas pessoas, mas foi a única a não receber a quantia que tinha direito, um total de R$ 20,3 milhões.
Ela entrou com um processo judicial para tentar receber o dinheiro. No documento, o comerciante amigo dela, que organizou o bolão, alega que a mulher não pagou sua cota da aposta. Por isso, ele explica que pegou metade do prêmio - R$ 40 milhões - para si e dividiu o restante para os outros dois participantes, sendo um deles seu enteado.
No entanto, a mulher garante que pagou a aposta e até conseguiu o bloqueio judicial do valor que acredita ter direito. Em decisão proferida no mês de setembro do ano passado, o juiz Enyon Fleury de Lemos determinou que o organizador do bolão fique impossibilitado de movimentar a quantia que seria da amiga.
Dificuldades
A mulher, que era dona de uma loja de produtos agropecuários no Setor Jardim América, região sudoeste da capital, teve de vender o estabelecimento por causa do assédio de pessoas que acreditavam que ela havia recebido o dinheiro. Atualmente, para sobreviver, ela costura lençóis, o que lhe rende cerca de R$ 2 mil mensais.
A comerciante conta que ela e o amigo, dono de uma loja vizinha, apostavam juntos na Mega-Sena toda semana. “Tanto eu fazia para ele como ele fazia para mim. Eu pagava coisa dele, ele pagava minha. Toda vez que tinha os bolões a gente jogava", lembra.
Os números sorteados ela se recorda até hoje: 14, 32, 33, 36, 41 e 52. Porém, após o sorteio e sem saber que havia ganhado, ela afirma que o amigo ficou mais distante. “Primeiramente, eu senti a amizade dele mais fria comigo. Vi ele mais longe de mim. E nós paramos de jogar, ele não quis mais jogar", recorda-se.
O advogado da comerciante, Cézar da Costa Souza, disse que o valor do prêmio bloqueado pela Justiça foi resgatado de várias aplicações financeiras do acusado. "Esse patrimônio é uma quantia vultuosa que foi distribuída para dificultar a localização desses valores por parte do Poder Judiciário", destaca.
Segundo o defensor, o processo está em fase final de sentença. Se conseguir receber o valor, a comerciante já tem ideia do que fazer. Primeiro, comprar uma casa para cada um dos cinco filhos e em seguida realizar um grande sonho. "Quero fazer uma viagem, ir para a praia. Não conheço o mar, nunca fiz uma viagem. É um sonho", vislumbra.
Precaução
De acordo com a advogada Sara Ximenes, especialista em direito do consumidor, para se precaver em bolões realizados entre amigos, o ideal seria cada participante assinar um documento ou até mesmo registrar um termo em cartório.
"Se as pessoas não fizerem isso, é melhor que as apostas sejam feitas direto na Caixa Econômica Federal. Lá, você consegue resolver o problema porque casa um que faz o bolão já sai com a sua cota pronta", explica.
Fonte: G1
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