Braço-direito do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, Pedro Barusco fechou acordo de delação premiada com as
autoridades e se comprometeu a devolver aos cofres públicos 97 milhões de dólares – ou 253 milhões de reais – nesta segunda-feira. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Barusco era gerente-executivo de serviços da estatal, subordinado a Duque. O ex-chefe do agora delator foi preso na sexta-feira, durante a sétima fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Os executivos Júlio Camargo e Augusto Mendonça Neto, delatores do núcleo empresarial investigado na Lava Jato, relataram em depoimentos que pagaram mais de 30 milhões de reais a Renato Duque Pedro Barusco. Os pagamentos de propina eram exigidos como condição para que a estatal assinasse contratos com empreiteiras do cartel investigado na operação, de acordo com os delatores. Foram denunciadas propinas em contratos da Refinaria de Paulínea (Replan), do Gasoduto Urucu-Manaus, do Terminal Cabiúnas 3, da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) no Paraná, no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e no Projeto Cabiúnas 2.
O caminho do pagamento de propinas, providenciado pelos delatores na maioria das vezes, foi descrito em diferentes projetos da Petrobras. Em contratos da Repar, por exemplo, o consórcio Interpar contratou a empresa Auguri Empreendimentos, uma das firmas mantidas por Camargo, e o dinheiro seguiu para contas do exterior de Duque e Barusco. Em relatório, o Ministério Público Federal destaca ainda que Barusco teve recentemente 20 milhões de dólares apreendidos administrativamente na Suíça, como informou o site de VEJA.
Segundo o jornal, Barusco só escapou da prisão porque aceitou falar e devolver o dinheiro. Ao lado de Duque, ele é considerado pela PF um dos principais operadores do PT no esquema. Assim como o ex-chefe, Barusco foi indicado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão. Se confirmada, a devolução dos 97 milhões de dólares será o maior montante já recuperado pelas autoridades brasileiras em investigações de casos de corrupção.
Fonte: Terra
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