O desabafo é de Geralda Margarida de Souza, de 45 anos. Ela filmou o companheiro estuprando a filha dela, de apenas oito anos, e conseguiu entregar o homem à polícia. Alexandre Apolônio, de 51 anos, foi achado morto na cela que dividia com outros dois detentos no Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, no mesmo dia em que foi preso.
A Seds (Secretaria de Estado de Defesa Social) comunicou o óbito somente na última sexta-feira (21) e informou que uma sindicância vai apurar o ocorrido. Para Geralda, que ficou sabendo da morte do ex-marido pela televisão, o fato representa o recomeço de sua vida ao lado da filha.
“Eu tô tentando levar a vida e começar tudo de novo, porque tá osso.”
Ela conta que a menina está recebendo o acompanhamento de um psicólogo na escola e, até agora, “está reagindo bem”. A garota não sabe que o homem morreu e Geralda prefere poupar a filha da informação.
“Ela falou para mim que acontecia há muito tempo. Eu saía para trabalhar e ele ficava lá com ela. Ela tinha medo de me contar porque ele ameaçava ela.”
O criminoso foi preso depois que a mãe da criança armou o flagrante e fez a denúncia à Polícia Militar. Em depoimento. a vítima disse que era abusada pelo padrasto havia cinco anos. O padrasto tentou se justificar, dizendo que a menina o seduzia.
“Fica querendo me dar beijo e a mãe dela xingava. Eu não tenho culpa.”
Geralda conseguiu armar o flagrante e registrar os dois nus em uma cama. Mesmo alertada pelos amigos, ela ficou chocada com o ocorrido e, na época, alegou que deveria ter matado o suspeito. Vizinhos ficaram sabendo dos abusos e bateram no homem que foi levado desacordado até a Policlínica do bairro Ressaca.
Com a morte de Alexandre, a Polícia Civil encerrou o inquérito e encaminhou à Justiça com o pedido de arquivamento. A morte dele será investigada.
Fonte: R7
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