Com mais da metade dos reservatórios de água existentes no Estado em situação crítica, com menos de 20% de suas
capacidades, o Rio Grande do Norte já possui vários municípios em situação de racionamento. E a única forma de minimizar o problema, causado pela seca que atinge o território potiguar há três anos, é com um período chuvoso mais rígido em 2015, que é esperado por quem vive no interior. Enquanto isso não acontece, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) recomenda que a sociedade continue a economizar água.
Segundo a gestora de Recursos Hídricos da Semarh, Joana D’arc de Medeiros, o esvaziamento dos reservatórios potiguares vem acontecendo gradualmente e mesmo as chuvas ocorridas nos últimos anos não foram suficientes para recuperar tudo o que foi perdido durante a seca. E que municípios como Currais Novos e Acari, abastecidos pelo Açude de Gargalheiras, já estão passando por racionamento de água há meses, com o abastecimento fornecido em dias alternados.
“Praticamente todos estão abaixo dos 20% de suas capacidades e há alguns em situação bastante preocupantes como o Gargalheiras, que na última sexta-feira (14) estava com apenas 5,06%. Infelizmente, a situação dos reservatórios só piora a cada ano e aumenta o sofrimento das pessoas no interior do Estado. A nossa última esperança é que o inverno do próximo ano seja rigoroso o suficiente para recuperar, ao menos, uma parte deles”, afirmou.
Ela disse ainda que as campanhas de conscientização feitas junto à população durante todo esse tempo têm surtido efeito e contribuído para que a situação não fosse ainda pior. Joana citou o exemplo de Caicó, que abriu mão do carnaval molhado neste ano e conseguiu reduzir o consumo além do período solicitado pelas autoridades. O reservatório que abastece o município está com 9,06% de sua capacidade.
“Já Pau dos Ferros, apesar do açude estar com apenas 3%, recebe água de uma adutora construída recentemente, o que garante um pouco de conforto. O que está com uma situação um pouco mais reconfortante, mas não menos preocupante, é o açude Armando Ribeiro, que abastece dezenas de municípios na região Oeste e está com 35% do seu nível de água. E a Região Metropolitana de Natal, onde as chuvas foram satisfatórias e apresenta uma posição relativamente confortável”, explicou Joana.
Cuidados essenciais
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o ideal é uma pessoa consumir 110 litros de água por dia, mas no Brasil, a média fica em torno de 167 litros. Mas, no dia-a-dia dentro de casa, podemos gastar centenas de litros de água em atividades simples sem nem percebermos ou nos darmos conta, como lavar louça e roupa ou mesmo um banho rápido. Por isso, seguir algumas regras de economia básicas de especialistas na área é o ideal para que possamos reduzir o consumo de água e colaborar com a manutenção do recurso natural não-renovável, além de diminuir o valor da conta no final do mês.
Uma das situações em que mais gastamos água é na hora de lavar roupa. Uma máquina com capacidade para cinco quilos chega a gastar 135 litros por lavagem, não importa a quantidade de peças que se coloque no equipamento. Então, a dica é juntar bastante roupa suja e usar a capacidade total da lavadora, usando-a no máximo três vezes por semana. Mas, se você lava na mão, saiba que deixar a torneira aberta por 15 minutos pode gastar 279 litros. O ideal é acumular roupas, colocar água no tanque para ensaboar e manter a torneira fechada.
Lavar louça também pode ser um bom momento para economia, que chega a ser de 20 litros de fecharmos a torneira enquanto limpamos as peças com esponja e sabão, retirando os restos de comida dos pratos e panelas e ensaboando-os antes de enxaguar tudo. E usar lavadora somente quando ela estiver cheia. Na hora de higienizar frutas, verduras e legumes, usar cloro u água sanitária de uso geral, diluindo uma colher de sopa em um litro de água, por 15 minutos. Depois, misturar duas colheres de vinagre em mais um litro e deixar por 10 minutos.
Banheiro e áreas externas
O banheiro também é um local onde acabamos gastando muita água, principalmente se o banho dura 15 minutos com a torneira ligada ou não a fechamos ao escovar os dentes. Cinco minutos é o suficiente para um bom banho e também para economizar até 90 litros, ao desligarmos o chuveiro enquanto nos ensaboamos e ligá-lo somente na hora do enxágüe. O mesmo vale para a higienização dos dentes, quando podemos economizar mais de 11,5 litros ao ligar a torneira apenas para molhar a escova e enxaguar a boca.
Na área de serviço e partes externas dos imóveis também podemos seguir regras básicas para evitar o desperdício e o consumo inadequado da água, sobretudo na hora de regar as plantas, lavar o piso e a manutenção da piscina. Usar um regador, no lugar de uma mangueira aberta jorrando litros por minuto é o mais indicado. E a água da lavagem de roupas, seja na máquina ou no tanque, pode ser aproveitada para lavar o quintal, área e calçadas, pois já possui sabão. E cobrir a piscina ajuda a diminuir em até 90% a quantidade evaporada ao mês, que pose chegar a mais de 3,8 mil litros em uma unidade de tamanho médio.
Fonte: Portal JH
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