Para muitos eleitores do Rio Grande do Norte, principalmente em Natal, o domingo (5) foi dia de ter muita paciência para votar. Em vários locais de votação, longas filas
testavam os limites da população. Por outro lado, na questão da segurança, o dia foi considerado tranquilo, com nove prisões sendo efetuadas em todo o Estado.
Desse total, duas foram por desacato e sete por crimes eleitorais, sendo cinco por propagando irregular, a chamada boca de urna, no qual as pessoas são levadas para a delegacia, onde são ouvidas e liberadas depois de assinarem Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs). Os outros dois casos aconteceram por compra de voto e transporte irregular de passageiros. “Foi tudo muito tranquilo. Dentro daquilo que estávamos esperando mesmo. Fizemos um trabalho antecipado com os outros órgãos que compõem o sistema de segurança e conseguimos fazer um trabalho bem tranquilo durante todo o dia. Dos nove casos, dois aconteceram em Natal e o restante no interior do Estado”, destacou Rubens França, delegado coordenador das Eleições no RN.
Um dos crimes em Natal ocorreu em um posto de combustível da zona Norte da capital. No local, Polícia Militar, Polícia Federal e Ministério Público Eleitoral detiveram três pessoas por compra de votos. Segundo denúncia que chegou aos órgãos competentes, o posto estava trocando combustível por votos. Quando a polícia chegou ao estabelecimento, cerca de 100 motoristas estavam aguardando para serem atendidos. “Os carros que estavam no local não tinham adesivos, por isso não temos como saber qual candidato estava promovendo aquela ação. Os motoristas tinham uma senha, informavam aos frentistas e abasteciam. O gerente do posto e dois frentistas foram detidos. O dono do posto de combustível não foi encontrado”, explicou o delegado França.
Já trabalhando há 10 anos como integrante do sistema de segurança durante os processos eleitorais, Rubens França explicou que existe uma grande diferença nas eleições municipais para as Estaduais e Federais. “As eleições para governador e presidente sempre são mais tranquilas. Não encontramos muitos problemas relacionados com crimes eleitorais, pois geralmente essas eleições não mexem tanto com a população, as pessoas não ficam mais instigadas. Nas eleições municipais a situação é diferente. A população se envolve mais e os políticos também passam a ter um contato maior com a população e os crimes eleitorais acontecem mais”.
Para o próximo dia 26, quando acontecem as eleições de segundo turno, o delegado da PF informou que o sistema de segurança fará mais um trabalho diferenciado. “Não é por acreditarmos que o segundo turno vai ser mais tranquilo que o primeiro que nós iremos baixar a guarda. Nesse primeiro turno nos reunimos duas semanas antes para traçar estratégias. No segundo turno vamos fazer isso com, pelo menos, uma semana de antecedência, já que o que fizemos nesse domingo deu certo”.
Durante as eleições desse domingo, em cada um dos 1600 locais de votação de todo o Rio Grande do Norte estavam dois policiais militares, totalizando 3200. Dos 3200 policiais, 778 foram enviados para o interior do Estado, menos a região do Seridó. Natal e região metropolitana receberam 984 policiais distribuídos nos 492 locais de votação. A Polícia Federal esteve em campo com 140 homens, sendo 80 em oito cidades do interior e 60 na capital potiguar. A PF atuou com a Polícia Civil junto as pessoas que foram detidas.
Já a Polícia Rodoviária Federal cuidou das rodovias federais através da Operação Eleições 2014, até mesmo os policiais da área administrativa da PRF reforçaram as equipes de fiscalização, compondo rondas que atuaram ao longo das rodovias federais que cortam o Estado como as BRs 101, BR 226 (entre Natal e a região Seridó do estado), BR 304 (entre Natal e Mossoró) e BR 406 (entre Natal e Macau).
Em atendimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), depois do pedido do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), 1500 homens do Exército Brasileiro foram enviados para 37 municípios do Rio Grande do Norte para reforçar a segurança durante as eleições. Os militares ficaram em todos os locais de votação, mas não foram “acionados”, já que isso só aconteceria caso o juiz eleitoral entendesse que o sistema de segurança pública não estivesse conseguindo contornar algum problema.
Fonte: Portal Jh
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