O papa Francisco encorajou nesta segunda-feira (6) os bispos do Sínodo Extraordinário sobre a Família a expor assuntos
controversos como contracepção, gays, casamento e divórcio com clareza e a ouvir com humildade tudo o que se pensa ou que se propõe, sem receio de desagradar a quem tenha outra opinião.
"Que ninguém diga 'isso não se pode dizer... fulano pensará isso ou aquilo de mim'. É preciso dizer tudo o que se sente, a verdade sem temores", disse Francisco, na abertura ontem dos debates do Sínodo, cuja assembleia se encerrará dia 19, para continuar, em uma segunda etapa, em outubro do próximo ano, quando se chegará a uma conclusão sobre o tema.
Francisco lamentou que, conforme lhe informou um cardeal, alguns cardeais não tiveram coragem de dizer algumas coisas no consistório sobre família, em fevereiro, por respeito ao papa, imaginando que ele pensasse de maneira diferente.
"Isso não é certo, porque os padres sinodais devem dizer tudo o que, no Senhor, sentem que têm de dizer, sem respeito humano, sem pavor", advertiu o pontífice, acrescentando que, "ao mesmo tempo, se deve escutar com humildade e acolher, de coração aberto, o que dizem os irmãos".
Francisco aconselhou os participantes do Sínodo a falar com tranquilidade, porque "os Sínodos se realizam sempre 'cum Petro et sub Petro' (com Pedro e sob a autoridade de Pedro) e a presença do papa é uma garantia para todos e confirmação na fé".
Ele presidirá as sessões mais importantes da reunião e, em sua ausência, será substituído por um dos três presidentes delegados - entre os quais, o arcebispo de Aparecida, d. Raymundo Damasceno.
O relator-geral da assembleia, cardeal Péter Erdö, arcebispo de Budapeste (Hungria), fez um resumo dos desafios enfrentados pela família e defendeu uma maior formação dos noivos, para que se casem conscientes da dignidade sacramental do matrimônio, baseado na unicidade, fidelidade e fecundidade, ao mesmo tempo que é uma instituição na sociedade.
Divorciados
O relatório preliminar do Sínodo aponta para casos particulares, como a possibilidade de dar a comunhão aos católicos divorciados que vivem em segunda união. Um dos caminhos indicados para regularizar a situação seria a simplificação dos processos jurídicos para declaração de nulidade do casamento.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Uol
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