A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, disse em entrevista à rádio CBN nesta sexta-feira (5) que está sofrendo "perseguição em todos os níveis" e que no momento "há quase que CPIs paralelas, informais
vasculhando a minha vida em todos os lugares".
A candidata deu a declaração ao ser questionada sobre palestras que proferiu. O tema levantado por reportagem do jornal "Folha de S. Paulo", segundo a qual entre março de 2011 e junho de 2014 a candidata recebeu R$ 1,6 milhão em palestras o que, conforme o jornal, foi mantido "em segredo" por Marina.
"Isso é um factóide que o PT está criando, é uma atitude lamentável, é uma verdadeira perseguição em todos os níveis. Neste momento tem quase que CPIs paralelas, informais vasculhando a minha vida em todos os lugares mas eu tenho a consciência livre e tranquila com relação a minha honestidade", afirmou.
Marina disse ainda que os adversários estão "quase em desespero" e que, por serem "tão grandes e poderosos, conseguem ocupar todos os espaços para dizer inverdades a meu respeito".
"O que está acontecendo é que há uma situação quase que de desespero por parte dos meus adversários [...] Obviamente que eles são tão grandes e poderosos que conseguem ocupar todos os espaços para dizer inverdades a meu respeito. Eu não tenho a mesma estrutura que eles têm. A presidente Dilma tem 11 minutos de programa de televisão, o governador Aécio tem quase cinco. Eu tenho apenas dois minutos", afirmou.
Agronegócio
Na entrevista, a candidata também foi questionada sobre o agronegócio. Ela disse que o país deve ter ganho de produção com aumento da produtividade. A candidata afirmou defendeu ainda a agricultura sustentável.
"Nós queremos é incentivar, sim, a agricultura brasileira. Porque ela é muito importante para o nosso país e para o suprimento de alimento, a segurança alimentar, de boa parte do mundo. E o que nós queremos é com o investimento, com crédito, com o apoio à ciência e tecnologia, inovação, que a gente possa aumentar a produção por ganho de produtividade. Os regramentos para que se tenha uma agricultura sustentável em todos os aspectos devem ser observados", disse.
Setor de energia
A candidata foi questionada sobre críticas de que em sua gestão no Ministério do Meio Ambiente licenciamentos ambientais demoraram para serem liberados e de que isso pode ter contribuído para uma crise no setor energético.
Marina negou que tenha atrasado licenciamentos e alegou ter saído do governo em 2008, por isso não pode ser responsabilizada por problemas que acontecem na gestão atual. Ela ainda afirmou que a presidente Dilma é quem esteve em cargos importantes para a agenda da energia nos últimos 12 anos.
"Quantos anos já fazem que eu saí? Os licenciamentos mais dificeis foram dados durante a minha gestão. Quando eu cheguei no ministério, existiam 40 hidrelétricas, 40 licenças que estavam paralisadas e algumas delas com questionamento do Ministério Público. [...] O setor elétrico é responsabilidade dela há 12 anos, Como chefe da Casa Civil e como presidente da República. Ela esteve nos espaços de poder mais importantes para a agenda de energia. Como podem dizer que a responsável pelos problemas que têm no setor elétrico é uma pessoa que saiu do governo desde 2008?", questionou a candidata do PSB.
Ela também disse que falta "visão estratégica" ao governo ao não combinar diversos tipos de energia, como a eólica, a solar e a de biomassa.
"O problema é que nós temos uma situação em que a falta de visão estratégica está nos levando a poucas fontes de relação. E quando não tem as chuvas, que não é culpa de ninguém, aí a gente fica na dependência apenas das termoelétricas tradicionais, que precisam ser acionadas para complementar o suprimento de energia. Nós podemos fazer mais investimentos", concluiu.
Fonte: G1
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