O presidente da França, François Hollande, confirmou nesta quarta-feira (24) a morte do cidadão francês Hervé Gourdel, sequestrado no domingo na Argélia por um
grupo vinculado ao jihadista Estado Islâmico (EI).
Gourdel, um turista da cidade francesa de Nice, foi decapitado pelos radicais do "Soldados do Califado", pequeno grupo ligado ao radical Estado Islâmico. Na segunda-feira (22), o grupo publicou um vídeo reivindicando a responsabilidade pelo sequestro do francês. Ele é o quarto caso de refém decapitado por extremistas. Dois jornalistas norte-americanos e um agente comunitário britânico foram mortos pelo Estado Islâmico e tiveram os vídeos da execução divulgados.
"Nosso compatriota foi assassinado", afirmou Hollande para jornalistas em Nova York, onde se encontra para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas. Gourdel "foi assassinado vil e cruelmente", acrescentou.
O presidente disse que a França continuará a realizar ataques aéreos contras alvos do EI no Iraque. Em seu discurso na Assembleia Geral, disse que “a França vive uma prova com o assassinato de um de nossos compatriotas, mas a França não cede jamais ante a chantagem”. Hollande ainda disse que “a luta contra o terrorismo deve ser mantida e ampliada”.
Mais cedo, os militantes argelinos que sequestraram o francês alegaram em um vídeo que mataram o refém, após terem pedido que a França interrompesse suas ações na ofensiva contra militantes islâmicos no Iraque. As informações são da agência de notícias Reuters, citando o serviço de monitoramento SITE, em sua conta do Twitter.
Ameaça
O grupo havia ameaçado na segunda-feira matar Hervé Gourdel, um guia de montanha de 55 anos, caso a França continuasse com seus ataques aéreos no Iraque, um ultimato rejeitado na terça-feira e novamente nesta quarta pelo presidente François Hollande.
O vídeo postado pelo grupo em sites jihadistas começa com imagens de Hollande na coletiva de imprensa durante a qual anunciou a participação da França nos ataques contra o EI no Iraque.
Em seguida, mostra o refém, de joelhos e com as mãos atadas atrás das costas, cercado por quatro homens armados e com os rostos cobertos.
Um dos homens lê uma mensagem em que denuncia a intervenção dos "cruzados criminosos franceses" contra os muçulmanos na Argélia, no Mali e no Iraque.
A Argélia mobilizou nos últimos dois dias cerca de 1.500 soldados na Cabília (nordeste) para tentar encontrar Herve Gourdel.
O montanhista foi sequestrado em Tizi N'kouilal, numa encruzilhada no coração do parque nacional Djurdjuran, antigamente muito frequentado por turistas mas que se tornou santuário de grupos islâmicos armados a partir da década de 1990.
Outros decapitados
A encenação de sua decapitação se assemelha ao assassinato dos dois jornalistas americanos sequestrados na Síria, James Foley e Steven Sotloff, e do ativista humanitário britânico David Haines por membros do EI nas últimas semanas.
O vídeo da decapitação de Haines mostra um homem encapuzado no deserto junto ao refém. Momentos antes da sua morte, Haines lê um texto em que atribui a responsabilidade por sua execução ao primeiro-ministro britânico David Cameron.
O vídeo é semelhante às decapitações de dois jornalistas norte-americanos, James Foley e Steven Sotloff, executados pelo Estado Islâmico e também divulgados pelo grupo em vídeos.
Fonte: G1
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