A polícia prendeu nesta quinta-feira (14), em Magé, na Baixada Fluminense, uma mulher que passou grande parte da vida usando
documentos clonados de outra pessoa. Nem os filhos dela sabiam o verdadeiro nome da mãe, como mostrou o RJTV.
A empregada doméstica Aparecida Rodrigo Ramos, de 70 anos, foi presa num posto do INSS em Magé, quando dava entrada no pedido de aposentadoria. Nos documentos que usava, o nome dela era outro, Creuza das Graças da Silva. Foi assim desde os anos 70, segundo a polícia.
A verdadeira Creuza também tem 70 anos, mora na mesma vizinhança de Aparecida, em Piabetá, na Região Metropolitana do Rio. Recebia cobranças indevidas do banco e até o RG chegou a ser cancelado. Só descobriu a fraude quando tentava se aposentar, e o INSS informou que outra Creuza já tinha pedido o benefício.
Creuza conta que o ex-marido dela, Antônio, era irmão de Mário, que se casou com Aparecida. Há décadas eles não se viam. A polícia desconfia que os dois irmãos forjaram a documentação.
“Eu vivi com ele 1 ano e pelo que eu estou sabendo, ele forneceu a certidão pro irmão dele fazer essa documentação junto com ela e viver a minha vida com meu ex-marido, é o que eu estou sabendo”, afirmou a verdadeira Creuza. Aparecida afirma que tudo não passou de uma armação. “Isso aí foi armação do meu cunhado e do meu marido, eu nunca pensei que ia passar por isso”, disse Aparecida.
Pensão
Segundo o delegado, Mário também usava a identidade de Antônio e quando Mário morreu, há cerca de cinco anos, aparecida passou a receber a pensão no nome do Antônio, ex-marido de Creuza. Só que Antônio está vivo. Para a polícia, todos os documentos foram falsificados com a mesma certidão de casamento.
“A gente acredita que possivelmente ela e o marido tenham cometido algum crime grave, veio pro rio de janeiro, mudou totalmente a identidade dela pra se esquivar da punibilidade desse crime. É o que a gente acredita por enquanto”, explicou o delegado Robson Costa.
Nos últimos 40 anos, Aparecida foi colocando tudo que tinha, toda a vida dela, e até os quatro filhos, no nome da Creuza. Maria Isabel, de 39 anos, e Maria da Glória, de 37, filhas de Aparecida, disseram que só descobriram nesta quinta-feira que a mãe usava nome falso.
“Não sabia de nada. Eu tenho pra mim que ela acobertou algo sem ter noção do que estava fazendo, para proteger o meu pai, eu penso assim”, disse a filha, Maria Isabel da Silva, de 39 anos.
"Preciso de ajuda porque estou sem documento. Não tenho nada, está tudo cancelado. Tem 4 filhos dela registrados no meu nome. São muitos anos para não descobrir isso, como é que tira 2 identidades da mesma pessoa? como é que pode isso?", concluiu a verdadeira Creuza.
Fonte: G1
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