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Um homem suspeito de ter roubado uma motocicleta foi espancado e morto com golpes de capacete. A violência aconteceu no final da tarde deste domingo (3) na cidade de João Câmara, a pouco mais de 70 quilômetros de Natal. Segundo a
Polícia Militar, o agressor é o dono da moto, que reagiu ao assalto, recuperou o veículo e fugiu em seguida. A vítima foi identificada apenas como Francisco de Assis. Testemunhas disseram que ele usou um garfo de cozinha para ameaçar o dono da moto e tomar o veículo dele.
O soldado Marcelo Aquino, que trabalha na 2ª Companhia Independente da Polícia Militar em João Câmara, disse ao G1 que o caso aconteceu por volta das 17h, na Rua 7 de Setembro, no Centro da cidade. “Testemunhas disseram que o dono da motocicleta reagiu depois que percebeu que o assaltante estava armado com um garfo. Ele correu atrás e o atingiu com golpes de capacete na cabeça”, afirmou.
Ainda de acordo com o soldado, Francisco ainda foi socorrido pelo Samu, mas morreu ao dar entrada no hospital. A PM ainda fez diligências na tentativa de encontrar o dono da moto, mas até o momento ele não foi localizado nem se apresentou à polícia.
O corpo do suposto assaltante foi encaminhado ao Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) no bairro da Ribeira, em Natal, onde permanece sem identificação oficial.
'Cidadão age quando Estado falha', diz promotor
Em infográfico publicado no início de julho, o G1 fez um levantamento sobre casos em que cidadãos cometeram crimes ao tentar fazer justiça com as próprias mãos. Com cinco casos, o Rio Grande do Norte aparece como o terceiro estado com mais linchamentos noticiados neste ano, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Na ocasião da publicação, do levantamento, o promotor de Justiça de investigações criminais, Wendell Beetoven Ribeiro Agra, disse que a situação é preocupante. Ele acredita que a descrença na justiça criminal levou ao ponto atual. "Como as pessoas desacreditam, elas passam a fazer justiça com as próprias mãos, o que é uma forma totalmente ilegítima de aplicação de punição. O cidadão age quando o Estado falha", opina. "Não acredito em soluções miraculosas com criação de divisões especiais para investigar crimes. Falta só o feijão com arroz, as delegacias de bairro investigarem", acrescenta o promotor.
Fonte: G1
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