A festa argentina pela vitória contra a Bélgica não pôde ser completa. Apesar da vaga carimbada para a semifinal da Copa do Mundo, a Argentina perdeu um dos seus
principais jogadores na partida. Ángel di María sofreu uma contusão muscular na coxa direita, e assim como Neymar, deverá ficar fora da Copa do Mundo.
Em um rápido contra ataque argentino, ainda no primeiro tempo, Di María arrancou e teve a finalização bloqueada pelo zagueiro. Logo em seguida, o meia do Real Madrid sentiu a lesão e caiu estendido no gramado. O argentino até tentou prosseguir na partida, mas no lance seguinte voltou a desabar e pediu substituição.
O prejuízo da contusão do argentino é enorme. Até então, Di María foi o principal coadjuvante de Lionel Messi na Copa, ameaçando até mesmo roubar o protagonismo do camisa 10 em algumas oportunidades. Foi ele, por exemplo, que marcou o decisivo gol nos últimos minutos da prorrogação contra a Suíça, recebendo passe justamente do atacante do Barcelona.
Sem Di María, o time comandado por Alejandro Sabella perde o seu jogador que mais finalizou e mais driblou no Mundial até agora. Superando Messi em ambos os fundamentos, Fideo - como é conhecido - chutou 23 bolas na Copa, contra 16 finalizações de Lionel. Nos dribles outra vitória do jogador do Real Madrid, 26 a 20, segundo dados da Footstats.
Se levarmos em conta o aproveitamento, não é exagero dizer Di María é mais importante que Messi para a Argentina. Nos últimos 50 jogos do país, o rendimento da equipe foi de 73,5% com o meio-campista em campo e de apenas 47% sem ele, uma queda de 26,5%. Quando a mesma comparação é feita com Messi, o aproveitamento da Argentina cai 18%.
Nesta Copa do Mundo, Di María ainda supera Messi no número de passes certos, 177 contra 175 e perde por pouco no tempo que fica com a bola nos pés durante o jogo. Fideo tem a posse da Brazuka por dois minutos e 10 segundos por jogo em média, enquanto Messi fica com ela apenas quatro segundos a mais.
Apesar dos números parecidos, é inegável a superioridade de Messi em decidir as partidas. Foram quatro gols feitos na Copa até então, mesmo número de vezes que o argentino foi escolhido o melhor da partida, ninguém recebeu o título mais vezes que o camisa 10.
Entretanto além das funções ofensivas, Di María é incumbido de marcar no time de Sabella, assim como no Real Madrid. O camisa 7 já efetuou nove desarmes e é responsável por correr o campo todo atrás dos adversários. Ele é o quarto jogador que mais distância percorreu - 45.8km - pela Argentina na Copa, ficando atrás apenas dos 'defensores' Mascherano, Zabaleta e Garay.
Sem o atleta, a Argentina ainda perde forças pelos lados do campo, um dos setores que a equipe mais produziu jogadas até então no Mundial. Com 33 cruzamentos para a área, Di María é o jogador que mais alçou bolas na área adversária não só entre todos os argentinos, como entre todos os jogadores que disputaram a competição.
Os lados do campo foram altamente explorados pela Argentina, sendo uma das áreas em que os 'hermanos' mais tem a bola. Na primeira fase, Di María atuou aberto pela esquerda, lado oposto ao de Messi. Com a lesão de Aguero, que corre contra o tempo para se recuperar a tempo de jogar a semifinal, Lavezzi entrou pela esquerda contra a Suiça nas oitavas, e Di María foi deslocado para a direita, setor em que marcou o gol que levou a Argentina para as quartas.
Se o Brasil lamenta perder Neymar, os números mostram que a Argentina tem motivos de sobra para se preocupar com a ausência de Di María. O primeiro teste sem o jogador será contra a Holanda, na próxima quarta-feira, às 17h, na Arena Corinthians, pela semifinal da Copa do Mundo.
Reprodução Cidade News Itaú via ESPN
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