Apesar de ter sido “menos violento” do que outros que vieram depois da Copa do Mundo, o último final de semana ainda registrou homicídios no Rio Grande do Norte. Da
madrugada de sábado (19), até a manhã desta segunda-feira (21), sete mortes intencionais foram contabilizadas no Estado.
Desse total, cinco aconteceram no domingo. Leandro Xavier de 29 anos de idade, estava em uma moto levando na garupa, sua esposa e seu filho de 7 anos. Quando passava pela comunidade de Laranjeiras do Abdias, distrito de São José de Mipibu, “Nego de Zé Pinguelo”, como era mais conhecido, foi surpreendido por dois homens que chegaram em uma moto. Leandro foi atingido por um tiro na cabeça e caiu. Nesse momento, um dos suspeitos desceu da motocicleta e disparou mais vezes contra a vítima, que morreu no local. A filha e a esposa de Leandro tiveram apenas ferimentos leves por causa da queda. Também em São José do Mipibu, Felipe Anderson Gonçalves de Miranda foi morto na rua Princesa Isabel, no centro do município.
Em Nísia Floresta, na Grande Natal, um homem ainda não identificado foi encontrado morto com várias marcas de facadas na comunidade de Pium. Segundo a Polícia Militar, informações dão conta de que a vítima teria se desentendido com a cunhada. A mulher foi atingida por um golpe de faca levada para a Unidade de Saúde de Pirangi, em Parnamirim e passa bem. Já no município de Parnamirim, também da Grande Natal, Klebson Hananiel de Lima Fernandes, de 22 anos, foi morto no bairro Santa Tereza, e Antonio Robson Lopes do Nascimento foi alvejado no bairro da Liberdade.
O único assassinato do sábado foi registrado em Natal. Depois de uma tentativa de assalto a uma mulher, Carlos Renan Santos Castro, de 17 anos, foi morto por um sargento da Polícia Militar na avenida Tomaz Landim, no bairro de Igapó, na Zona Norte da capital potiguar. Segundo a PM, o policial teria dado voz de prisão aos suspeitos, mas eles não acataram e, inclusive, um deles estava com arma em punho, o que fez com que o sargento atirasse. José Fernando Germano, de 22 anos, que também foi baleado, mas sobreviveu ao ferimento e está internado no Hospital Santa Catarina.
Na manhã desta segunda, o comerciante e preso de Justiça, Francisco Alex Bandeira Alves, de 33 anos, foi executado no centro da cidade de Grossos, região salineira do Rio Grande do Norte. A PM informou que Alex foi alvejado por tiros de pistola quando estava deixando o filho na escola. Até a semana passada, Alex cumpria pena no regime semiaberto do Complexo Penal Mario Negocio, acusado de encomendar um homicídio em 2002.
Com mais esses homicídios, o Rio Grande do Norte atingiu a marca de 1012 apenas em 2014. Durante todo o ano de 2013, foram 1654. Em entrevista para o Jornal de Hoje, Ivênio Hermes, especialista em Políticas e Gestão em Segurança Pública e pesquisador nas áreas de Criminologia, Direitos Humanos, Direito e Ensino Policial, afirmou que a falta de investimento na polícia é o maior culpado pelos índices de violência no Estado.
“Desde 2011 que eu venho falando isso. O Governo não fez nenhum investimento parte investigativa e pericial da nossa polícia. Quando não se leva o criminoso para a justiça, ele é preso e solto. Ele volta a delinquir. Quando ele volta para as ruas, ele sente essa sensação de impunidade. Ele vem com mais força ainda e contra até as pessoas que representam autoridade”, destacou.
Corpo com marcas de tiro é encontrado no Passo da Pátria
Nesse domingo, um corpo não identificado foi encontrado com marcas de projéteis de arma de fogo na rua Joaquim Alves (antiga Ocidental de Baixo), no Passo da Pátria, Zona Leste de Natal. Apesar de nenhum documento ter sido encontrado com a vítima, o Jornal de Hoje apurou que se trata de um homem conhecido na região como “Chapinha”. Ele costumava trabalhar como pastorador de carros e também ajudava algumas pessoas em serviços de construção.
“Ele era usuário de drogas, mas não mexia com ninguém na região. Nunca trouxe nenhum tipo de problema para os moradores aqui da área e sempre foi prestativo com todo mundo. Ele levava algumas pessoas até em casa quando alguém chegava mais tarde na rua e também pastorava algumas casas no período da noite”, afirmou uma pessoa que não quis se identificar.
Segundo testemunhas, por volta de 1h da sexta-feira (18), Chapinha começou uma discussão com um outro rapaz. Esse homem então disparou 14 vezes contra a vítima. Depois disso, o suspeito arrastou o corpo até o Rio Potengi. Antes de jogá-lo no local, o suspeito ainda atirou mais duas vezes contra a vítima.
Reprodução Cidade News Itaú via Portal JH
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!