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terça-feira, julho 29, 2014

'Pensaram na TV Globo e não nos trabalhadores', diz presidente do sindicato dos metroviários

Metroviários de São Paulo não farão greve nesta quinta-feiraO governo paulista anunciou nesta terça-feira uma mudança no horário de funcionamento do metrô e dos trens de São Paulo em dias de jogos
às 22h, depois dos problemas na única partida que teve até agora em Itaquera, na quarta passada. Para o presidente do sindicato dos metroviários, a medida atende única e exclusivamente à "TV Globo" e desconsidera os torcedores.

Segundo Altino Prazeres, com o número de funcionários que estão à noite atualmente no Metrô, será impossível dar um bom atendimento para as pessoas que vão aos estádios de futebol acompanhar os seus times durante a semana.

"É uma decisão que não pensa nos torcedores. Além de torcedores, eles são trabalhadores. Mesmo com o metrô aberto, eles demoram para chegar em suas casas e ainda têm de ir ao trabalho no dia seguinte. Por que não se muda o horário do jogo? É uma decisão que só atende à TV Globo. A cartolagem parece que prefere desse jeito também. Não quer bater de frente", afirmou, para o ESPN.com.br.

"O que posso te dizer é que diante da situação é claro que preferimos que o metrô fique aberto até mais tarde, mas é um absurdo que isso tenha de ser assim por conta de uma televisão. Com o número de pessoas que trabalham à noite, não vamos poder dar o melhor serviço para as pessoas que vão pegar o transporte no fim da noite. Ou a empresa contrata mais gente ou vai ser difícil para todo mundo", completou.

Ainda de acordo com Altino Prazeres, o sindicato tem um posicionamento de brigar para que o funcionamento do transporte público de São Paulo funcione 24 horas, mas não por causa de uma determinação de uma televisão.

"Nós já fomos procurados por parlamentares e temos esse posicionamento. Nosso posicionamento é também de atender bem a população, da melhor forma possível. Hoje seria impossível um transporte 24 horas. Não comporta porque é mal administrado e porque tem poucos funcionários. Mas é uma coisa que defendemos", explicou.

"O que me deixa inconformado é que tem uma decisão muito mais fácil nesse caso, que é a de mudar o horário do jogo. Não é só uma questão do transporte público. O cara que vai de carro para lá tem de voltar para a casa de madrugada, se arriscando, por causa de uma TV. O outro fica procurando um ônibus que não passa mais, por causa da cartolagem que só pensa nela. É um absurdo, na minha opinião", finalizou.

Reprodução Cidade News Itaú via ESPN

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