Sessão especial desta terça-feira,
17, no Tribunal Central de Sydney a magistrada Jane Culver decidiu que os
quatro policiais envolvidos na
morte de Roberto Laudisio Curti em março de 2012
serão julgados de 3 a 28 de novembro desse ano. Apesar da insistência dos
advogados em adiar o julgamento para o próximo ano, a Magistrada lembrou
"o grande interesse público e a seriedade do caso" e exigiu que
preparassem a defesa dos acusados de acordo com sua decisão.
Foram quatro horas de discussão entre
a magistrada, o promotor Gareth Christofi e os quatro advogados representando
os policiais Eric Lim, Damien Ralph, Scott Edmondson e Daniel Barling, acusados
de agressão.
Foi a quarta derrota da Policia no
caso, depois que o tribunal que investigou a morte, o comitê que examinou a
conduta policial e a promotoria pública recomendaram que os policiais fossem
julgados.
Os advogados alegaram que as
instituições tiveram o tempo que precisaram para preparar as acusações e que
eles agora necessitavam de um prazo maior para organizarem a defesa. A
promotoria também afirmou não estar preparada para um julgamento antes de
outubro.
Em resposta ao argumento de que a
defesa não participou dos processos e que os advogados tem compromissos
agendados, a Magistrada disse que "as cópias dos relatórios estão
disponíveis" e que devido à importância do caso "outros compromissos
deveriam ser cancelados".
"Um processo que está sendo
prorrogado desde 2012 necessita uma solução rápida", afirmou. "A
disponibilidade de cada um não é determinante. O julgamento está marcado e os
acusados podem ter outros advogados, se necessário".
Uma das razões para a demora do
julgamento foi a promotoria insistir em acessar os depoimentos que os policiais
deram em investigações anteriores sob a condição de que as informações não
seriam usadas contra eles.
A magistrada lembrou também que mais
tempo poderia afetar a memória das testemunhas. Nas quatro semanas de
julgamento, várias testemunhas que depuseram na investigação da morte serão
questionadas novamente, incluindo os acusados, que se declaram inocentes e
continuam suspensos de suas atividades.
A magistrada chegou a questionar o
conhecimento dos regulamentos pelos advogados, perguntando se eles consideravam
esse caso "excepcional" e encerrou a sessão afirmando que "esse
assunto está agora sob o controle do tribunal e será julgado na data marcada,
para o bem da justiça, dos acusados e da comunidade".
Domingos Laudisio, o tio de Roberto
Laudisio Curti que acompanhou a investigação da morte há dois anos em Sydney,
diz que "a justiça talvez será feita pelos atos barbáricos perpetrados por
esses indivíduos, apesar de não estarem sendo julgados por tortura e homicídio
culposo, os crimes mais sérios que cometeram".
Reprodução Cidade News Itaú via
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