O auxiliar de serviços gerais Everton Filipe Santana, 23 anos, que confessou ter atirado um vaso sanitário que atingiu e matou o soldador Paulo Ricardo Gomes da
Silva, no entorno do estádio do Arruda, no Recife, está detido no Centro de Triagem (Cotel), desde a noite da última segunda-feira (05). A cela onde ele está abriga outras 11 pessoas.
"A gente ainda não sabe qual é a aceitação da população carcerária em relação ao crime que ele cometeu. Vamos aguardar, em média uma semana, para ver se ele ficará aqui ou se será transferido para outra unidade. O comportamento dele aqui dentro está normal", disse João Fernandes, gerente do Cotel, em entrevista por telefone ao G1.
A cela em que Everton se encontra é destinada a pessoas que cometeram crimes, como estupro e agressões aos pais, que não são bem aceitos pela população carcerária e, por isso, correm risco de morte. A esses presos só é permitido um banho de sol por semana e as refeições são feitas na própria cela.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) confirmou que Everton Santana é réu em um processo, desde dezembro de 2012, sob acusação de porte ilegal de arma.
Morte, denúncia e prisão
Paulo Ricardo Gomes da Silva morreu após ser atingido por um vaso sanitário, na saída do jogo entre Paraná e Santa Cruz, na última sexta (2), pela Série B do Brasileirão. Na segunda (5), a PM prendeu Everton Filipe Santana. Segundo o advogado Adelson José da Silva, durante o depoimento, ele confessou à polícia ter atirado a privada do alto da arquibancada do estádio do Arruda.
Na manhã desta terça (6), Adelson José da Silva informou que vai se reunir com a família do suspeito para traçar as estratégias de defesa. A PM chegou até Everton através de informações repassadas ao Disque-Denúncia Pernambuco. Durante o depoimento, ele admitiu integrar uma torcida organizada, mas não informou qual, e disse ter tido a ajuda de outros dois homens para cometer o crime. A polícia pernambucana está em busca desses suspeitos.
Entenda o caso
Imagens gravadas na área externa do Estádio do Arruda mostram o momento exato em que os dois vasos são lançados [veja o vídeo abaixo].
Nas imagens das câmeras de segurança, ainda é possível ver os torcedores do Paraná sendo escoltados por policiais montados em cavalos. Os objetos foram arremessados de uma altura de 24 metros, de acordo com o Instituto de Criminalística (IC). O professor de física Beraldo Neto avaliou a altura e calculou que os vasos chegaram ao chão com um peso de 350 quilos, cada um.
Entre os feridos devido à queda dos vasos sanitários está um jovem de 21 anos que foi operado no Hospital Getúlio Vargas (HGV) e teve alta na manhã desta segunda-feira (5). A segunda vítima recebeu alta no sábado (3). Não há informações sobre o estado de saúde do terceiro ferido.
O corpo de Paulo Ricardo foi enterrado no domingo (4), após velório na capela do Cemitério de Santo Amaro. Muita emoção marcou toda a cerimônia, que reuniu centenas de pessoas. Durante o velório, os pais do rapaz passaram mal e precisaram ser retirados do local. Paulo era soldador e trabalhava no Estaleiro Atlântico Sul.
Após o acidente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu suspender preventivamente a realização de jogos no Arruda. De acordo com nota publicada no site da entidade, o estádio ficará fechado até análise do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, afirmou que a segurança durante o jogo havia sido feita com toda prudência e que o clube também é uma vítima.
No sábado (3), a polícia ouviu um menor de idade que postou mensagens em uma rede social comemorando a morte do torcedor. Ele faria parte de uma torcida organizada do Santa Cruz. O menor prestou depoimento no DHPP e foi liberado em seguida.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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