Exames realizados nos 49 bovinos abatidos no frigorífico da empresa JBS, dona da marca Friboi, em Mato Grosso, no último sábado (26), para a Encefalopatia Espongiforme
Bovina (EEB), conhecida como o mal da vaca louca, apresentaram resultados negativos para a doença. A análise foi feita em laboratório agropecuário nacional (Lanagro) em Recife (PE). É o que confirmou em nota nesta tarde (1º) o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
As reses, com faixa etária entre 11 e 13 anos, eram criadas na mesma fazenda de Porto Esperidião, sudoeste do Estado, de onde saiu a fêmea suspeita. O caso foi detectado por um fiscal do Mapa durante procedimento de abate no frigorífico de São José dos Quatro Marcos, em 19 de março. Todo processo foi confirmado pela empresa, que afirmou ter tomado as medidas sanitárias para evitar que o produto chegasse até o consumidor, conforme nota divulgada nesta semana.
De acordo com o Mapa, a investigação sanitária abrangeu 11 propriedades “com vínculo de trânsito animal com estabelecimento onde esteve a vaca analisada”. Mais de 4 mil bovinos foram inspecionados e, deste universo, chegou-se aos 49 que precisaram ser sacrificados e incinerados.
A nota explica ainda que todos os animais estavam "em plena condição física de saúde, que haviam nascido um ano antes e um ano depois da vaca com suspeita de EEB”.
Com este resultado, o Mapa reafirmou ser uma ocorrência atípica, o caso em investigação em Mato Grosso. “Demonstra de forma inequívoca que o animal identificado é um caso isolado e não representa risco algum para a sanidade animal e à saúde pública”, expressou no comunicado.
O governo não fez previsão de quando sairá o resultado da análise conduzida pelo laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), na Inglaterra, no material coletado da vaca que levantou as suspeitas para a doença. Segundo o Mapa, "o resultado conclusivo ainda está por ser enviado pelo laboratório de referência", localizado em Weybridge.
Entenda o caso
A fêmea de 12 anos foi encaminhada para abate em São José dos Quatro Marcos, em 19 de março, mas apenas no frigorífico ela apresentou distúrbios neurológicos que indicam sinais da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).
Um fiscal do Mapa notou que a fêmea estava caída, a excluiu da fila de abate rotineiro na empresa e adotou os primeiros procedimentos em casos dessa natureza: abate, coletar amostra de material encefálico e encaminhar para análise laboratorial para a EEB.
O governo brasileiro classificou o episódio como atípico porque, segundo ele, a fêmea com 12 anos era criada no sistema extensivo e tinha sua dieta baseada no pasto e ração animal. De acordo com o governo, produtos derivados desse bovino não ingressaram na cadeia alimentar humana.
O que é a vaca louca?
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca, é uma enfermidade degenerativa fatal e transmissível do sistema nervoso central de bovinos. É causada por uma proteína chamada príon. A contaminação ocorre quando o bovino ingere alimentos de origem animal, como farinhas de carnes e ossos.
No organismo bovino, o príon pode ficar inativo por uma média superior a cinco anos. Ao se manifestar, atacará principalmente o sistema nervoso do animal, multiplicando-se no cérebro do ruminante. A doença é caracterizada clinicamente por nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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