Destroços encontrados no início de abril próximo a Oiapoque, no Amapá, e que chamaram a atenção do Corpo de Bombeiros da localidade, a 590 km de Macapá,
são, na verdade, partes de um foguete lançado em março deste ano do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa.
A informação foi confirmada ao G1 por Patrick Loire, vice-presidente da Arianespace, empresa responsável por produzir, operar e comercializar os foguetes espaciais batizados de “Ariane”, que decolam da base vizinha ao Brasil e integram missões da Agência Espacial Europeia (ESA).
De acordo com Loire, o lixo espacial pertence ao foguete Ariane 5 ECA, que decolou em 22 de março deste ano levando os satélites Astra 5B e Amazonas 4A.
Essas espaçonaves têm diversas funções, entre elas, a de levar suprimentos para astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). De acordo com o Loire, a remoção do item está em andamento e os custos ficarão a cargo da empresa.
Investigação foi aberta pela Polícia Civil
Inicialmente, os Bombeiros do Amapá pensaram em se tratar da fuselagem de uma aeronave de grande porte que teria sido levada até a costa do estado pelas correntes marítimas. Os destroços estavam em uma área de difícil acesso, a 250 km da região central de Oiapoque.
Até a Polícia Civil se envolveu se envolveu na história, ao informar que havia iniciado um processo de investigação por suspeitar que os restos encontrados seriam de uma aeronave usada para o tráfico de drogas ou transporte de materiais ilícitos
Outra peça foi encontrada no Pará
A informação sobre o lixo espacial foi confirmada na mesma semana em que moradores da cidade de Salinópolis, a 293 km de Belém (PA), encontraram um pedaço de fuselagem que também caiu de um foguete lançado do Centro de Kourou. O destroço foi achado na segunda-feira (28) e causou alvoroço em uma vila de pescadores.
O G1 enviou imagens do material à Agência Espacial Britânica (UK Space Agency), que confirmou tratarem-se de pedaços do foguete Ariane 5 ECA, que levou ao espaço, em julho de 2013, o satélite Alphasat – o maior e mais sofisticado equipamento de telecomunicações da Europa (veja o vídeo do lançamento). Ainda segundo a agência, a peça teria caído no Atlântico e, em seguida, "flutuado para o interior".
Lixo espacial
É considerado lixo espacial qualquer objeto criado pelo homem que esteja na órbita do planeta e já não tenha mais utilidade. Quase todos os dias algum objeto do espaço entra na atmosfera da Terra.
Na maior parte, são objetos pequenos, pedaços de foguetes ou satélites, que viajam a velocidades muito altas, acima de 25 mil km/h. A resistência do ar gera atrito e, por consequência, eleva a temperatura, o que faz com que esses objetos se desmanchem.
Segundo especialistas, o risco que uma pessoa tem de ser alvejada em terra por um destroço espacial é comparável ao de ser atingido por um raio.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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