Vídeo mostra policiais federais quebrando automóvel da UFSC

Policiais federais aparecem quebrando vidros de um automóvel da Segurança da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em um vídeo divulgado nesta quinta

(27) no Jornal do Almoço. As imagens foram gravadas por pessoas que estavam no local do conflito, no campus de Florianópolis, e postadas na internet. Dentro do automóvel estaria um dos estudantes detidos por porte de maconha. Até 12h30 desta quinta (27), um grupo de alunos continuava ocupando a reitoria.

Segundo a UFSC, o protesto começou por volta das 15h de terça-feira (25), após um estudante ser detido pela Polícia Federal (PF) por porte de maconha no campus de Florianópolis. Cerca de 300 pessoas participaram do movimento em protesto contra a ação policial. A PF chamou a tropa de choque da Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral e balas de borracha. Dois carros oficiais foram virados pelos manifestantes durante o tumulto, um da PF e outro da segurança do campus. Alunos e professores foram atingidos.

A Polícia Federal afirmou em nota divulgada à imprensa que irá investigar “qualquer excesso cometido em sua atuação”. O órgão também irá instaurar inquéritos para apurar os danos ao patrimônio e agressões sofridas por policiais. Segundo o texto, quatro policiais - dois militares e dois federais – ficaram feridos no confronto. Segundo a UFSC, alunos, professores e servidores ficaram feridos por causa da ação.

O G1 tentou contato com a Polícia Federal, mas, até 13h25, não obteve retorno.

Bandeira vermelha

Desde quarta (26), o grupo de estudantes que ocupa a reitoria hasteou uma bandeira vermelha em frente ao prédio, no local onde, geralmente é a hasteada a bandeira do Brasil. Para o chefe de gabinete da reitoria, Carlos Antônio Oliveira Neto, foi uma forma de expressão.

"Nós prezamos pela legalidade, pelo bom o uso do recurso público, por respeitar a diferença. Então, é uma expressão da diferença, talvez querendo chamar a atenção", afirmou Neto.

Investigação contra o tráfico de drogas

Conforme a nota da PF, a investigação contra o tráfico de drogas iniciou após a solicitação  do Ministério Público Federal (MPF). Segundo a assessoria do MPF, o órgão recebeu uma denúncia anônima sobre o tráfico de drogas na universidade e solicitou à PF para que investigasse o caso. O inquérito foi aberto em 11 de junho de 2013.

No dia 29 de agosto do mesmo ano, a reitora da UFSC, Roselane Neckel, o chefe de Gabinete e o procurador federal da universidade procuraram a Polícia Federal. No encontro, eles solicitaram apoio ao órgão de segurança para “reprimir o tráfico de drogas no ambiente universitário”. No documento, é permitido o acesso a universidade. Representantes do gabinete da reitoria confirmaram a informação, mas garantiram que em nenhum momento foi permitido o acesso de qualquer operação repressiva.

Reprodução Cidade News Itaú via G1