Um jovem de 18 anos foi morto durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, em troca de tiros na manhã
de quinta-feira (27). Alexandre Rodrigues Beserra tinha três passagens como adolescente infrator: duas por roubo a estabelecimento comercial e uma por tentativa de roubo a estabelecimento comercial, de acordo com a Polícia Civil. O enterro foi nesta sexta (28).
Ainda segundo a Polícia Civil, os dois PMs envolvidos na ação foram ouvidos na 21ª DP (Bonsucesso). Os militares tiveram as armas apreendidas para exame de confronto balístico. A perícia foi feita no local, onde foram encontrados dois estojos de munição .40. Durante a ação, foram apreendidas uma pistola .40 e 9 balas intactas.
Quase 60 presos
Às vésperas da ocupação pelas forças de segurança, a Polícia Militar intensificou as operações em várias comunidades do Rio. No Morro do Dendê, na Ilha do Governador, foram apreendidos 100 quilos de maconha. Um homem foi preso com uma pistola e um rádio transmissor. Nesta sexta, completa uma semana que policiais do Batalhão de Operações (Bope) entraram em duas comunidades — Nova Holanda e Parque União — no Conjunto de Favelas da Maré. Desde então, 57 suspeitos de traficar drogas e armas foram presos.
As operações ocorrem em vários pontos do Rio, segundo informações do relações públicas da PM, coronel Claúdio Costa. A Marinha realizou, na manhã desta sexta, o reconhecimento da região e a polícia fez buscas por suspeitos. "A Polícia Militar vem realizando operações com revistas em carros e ônibus, operações em determinadas comunidades são justamente para dificultar a movimentaão de criminosos no Complexo da Maré", afirmou.
Por conta da expectativa pela ocupação da região pelas tropas federais, o Comando de Operações Militares fez uma reunião com líderes comunitários nesta quinta. Os moradores pediram um canal de comunicação direta para fazer denúncias de eventuais falhas na conduta da tropa depois que for feita a ocupação. A polícia militar informou ainda que eles estão procurando a localização de integrantes do tráfico através do Disque-Denúncia.
Moradores do Conjunto de Favelas da Maré, no Subúrbio do Rio, reclamam por melhorias dos serviços públicos na comunidade. As queixas são muitas: há esgoto correndo a céu aberto, pilhas de lixo por todos os lados e precariedade nos serviços de saúde.
Ocupação
A decisão de ocupar o complexo aconteceu após uma série de ataques a UPPs ocorridos na semana passada. A Maré está localizada em um ponto estratégico da cidade: próximo ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, e às três mais importantes vias expressas da cidade — Linha Vermelha, Linha Amarela e Avenida Brasil.
"Esse é um passo decisivo na nossa política de avanço na segurança. Trata-se de uma área estratégica para o Rio visto que lá passam a Linha Vermelha, a Linha Amarela e a Avenida Brasil, uma área sensível com moradores ansiosos para receber as forças de segurança", disse o governador Sérgio Cabral.
De acordo com o secretário de Segurança, José Maria Beltrame, a UPP Maré já era prevista e não tem relação com os ataques ocorridos na quinta-feira (20). "A Maré é um grande território de dominação do tráfico de drogas. A nossa resposta é fazer com o que o tráfico perca cada vez mais território. É mostrar para o tráfico que o estado tem força."
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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