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sexta-feira, março 21, 2014

Às vésperas do UFC Natal, delegado aponta assassino do lutador de Luís de França

Luiz de França foi assassinado quando deixava a academia onde trabalhava. Foto: Reprodução/FacebookDepois de mais de um mês dos crimes, os assassinatos dos lutadores de MMA, Luiz de França e Guilherme Matos, conhecido como Guilherme Kioto, seguem sem uma
definição. Os inquéritos ainda estão esperando alguns laudos do Instituto Técnico-Científico da Polícia (Itep) para serem finalizados. Porém, os casos evoluíram de maneiras diferentes.

No caso de Luiz de França, morto em 10 de fevereiro, a investigação está em estado avançado e segue com apenas um suspeito, o primeiro-tenente da PM Iranildo Félix de Souza. “Seguimos apenas essa linha de investigação que é a de que Iranildo matou o Luiz de França por causa da discussão que eles tiveram que acabou com a expulsão do Iranildo da academia. Estamos apenas esperando alguns laudos do Itep, por isso pedimos a prorrogação para finalizar esse inquérito, mas estamos bem adiantados nas investigações”, destacou o delegado da 11ª DP, Sílvio Fernando.

De acordo com o delegado, Luiz dava aulas mais leves e Iranildo queria mais violência, chegando, inclusive, a desafiar outro professor da academia, que reportou a situação para Luiz que decidiu devolver o dinheiro de Iranildo e o expulsou da academia.

Segundo Sílvio, uma das principais provas de que Iranildo realmente assassinou Luiz de França foi a declaração do capitão da corporação, Juscelino, quando soube que tinha sido um tenente da PM o autor dos disparos. “Na época do crime, o capitão Juscelino falou que tinha sido o Iranildo, pois, naquele mesmo dia, ele viu o Iranildo com as mesmas roupas que a pessoa que atirou estava. Porém, quando ele veio depor, ele mudou essa versão. Só que ouvimos várias pessoas e conseguimos provar que o Juscelino mentiu quando veio depor aqui e que ele realmente viu o Iranildo com as mesmas roupas do assassino”, disse.

Mesmo sem querer afirmar que o PM foi o autor do assassinato, em entrevista para o Canal Combate, emissora oficial do UFC, Sílvio Fernando apontou Iranildo como o executor. “Desde o começo, quando eu fui lá e vi o corpo, eu tive a certeza que tinha sido o Iranildo, porque o próprio capitão da corporação, o Juscelino, disse em alto e bom som: ‘Ave Maria, foi Iranildo, que está afastado, que matou Luiz de França!’”, frisou.

O delegado também destacou que o álibi de Iranildo Félix não é verdadeiro, já que os registros da academia que ele disse que ficou por mais de duas horas no horário do crime mostram uma versão diferente da que foi dada pelo PM. “O Iranildo falou que foi para a academia às 8h05. Porém, a impressão digital da academia mostra que ele entrou às 10h08. Então, errar uma diferença tão grande de tempo não é normal. Ele também disse que treinou por duas horas, mas os registros mostram que ele ficou apenas 32 minutos”.

O lutador Ronny Markes, amigo de Luiz de França e que neste domingo (23) estará no card do UFC Natal, cobrou uma solução para o caso. “Vou fazer uma homenagem a ele na minha luta. Esse caso não pode ficar impune. O que eu puder fazer junto com a mídia para não dar o caso como encerrado, eu vou fazer. As pessoas não podem esquecer casos como esse. Vou estar sempre enfatizando, lembrando o caso dele para que não fique impune. Não só eu, mas todos os lutadores da Kimura vão cobrar isso, cobrar a investigação”.

Morte de Guilherme Kioto

Se as investigações sobre a morte de Luiz de França estão em fase final de conclusão, o desfecho do caso do assassinato de Guilherme Kito ainda deve demorar. De acordo com o delegado que cuida do caso, Frank Albuquerque, titular da 2ª DP de Parnamirim, nem mesmo os laudos do Itep estão pertos de ficarem prontos. Ele ainda destacou que a linha de investigação também não está bem definida.

Guilherme Kioto foi executado na Av. Ayrton Senna, quando lanchava sozinho. Foto: Divulgação

“Hoje nós trabalhamos com algumas linhas de investigação. Estamos tentando identificar o suspeito, que sabemos que era um sujeito de um porte físico maior. Também acreditamos que pode ter se tratado de um crime passional, já que os tiros foram dados todos na região da cintura da vítima. Mas são situações que ainda estamos investigando”, destacou.

Albuquerque também não descartou que o crime tenha sido motivado por uma resposta a uma briga na qual Guilherme teria se envolvido em 2013. Na ocasião, o também lutador Anistávio Gasparzinho, iria ser agredido por um empresário em uma casa noturno de Natal, mas Guilherme impediu que isso acontecesse. Em entrevista exibida no site do Canal Combate, o delegado também levantou suspeita em relação a uma das câmeras de segurança da lanchonete na qual Kioto foi morto, que estava virada para baixo no momento do assassinato.

“Ela mostraria exatamente o local em que o Guilherme foi morto. Talvez isso também tenha sido premeditado na lanchonete, pelo assassino ou por algum funcionário. O dono da lanchonete disse que talvez tenha sido alguém que tenha tentado roubar. Mas quem quer roubar leva ou quebra, e não abaixa”. Ainda segundo Frank Albuquerque, Guilherme foi preso há cerca de sete anos por roubo de carro, mas teria deixado de praticar qualquer tipo de ilegalidade desde que saiu da cadeia.

As mortes

Na manhã do dia 10 de fevereiro de 2014, Luiz de França conversava na calçada de uma academia onde dava aula, no conjunto Cidade Satélite, Zona Sul de Natal, quando dois homens que estavam em uma moto se aproximaram. Um deles, que segundo testemunhas estava vestido com bermuda preta e moletom verde, desceu a atirou nove vezes contra Luiz. O lutador caiu na calçada no local e veio óbito antes mesmo de o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegasse.

Já na noite de 11 de fevereiro, Guilherme Kioto estava com um amigo em uma lanchonete de açaí que fica na avenida Ayrton Senna, em Nova Parnamirim, na Grande Natal, quando dois homens em uma motocicleta pararam em frente ao local. Um dos suspeitos, que estava encapuzado, desceu e começou a disparar apenas contra Guilherme. Ele foi atingido várias vezes o número de disparos ainda está sendo analisado pelo (Itep). O Samu chegou a atender o lutador, mas ele morreu pouco tempo depois de chegar ao Pronto-Socorro Clóvis Sarinho.

Reprodução Cidade News Itaú

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