Quatro estudantes universitárias trocaram beijos na boca (veja no vídeo ao lado, do G1) nesta terça-feira (11) na Câmara dos Deputados em protesto contra a intenção do
deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) de assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Casa.
Conhecido por uma postura de enfrentamento a grupos de defesa dos homossexuais, Bolsonaro trabalha junto à bancada do PP para comandar a comissão neste ano. Ele já obteve o apoio do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que presidiu a comissão no ano passado e enfrentou protestos de grupos de militantes negros e homossexuais.
"Queremos evitar que Bolsonaro, com todo o seu histórico de racismo e homofobia, alcance a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Ele é um representante da ditadura militar. O povo brasileiro que foi às ruas não quer Bolsonaro", disse Maria Neves, estudante de história da Universidade Federal do Amazonas.
Bolsonaro discute
Após o beijaço, o deputado Jair Bolsonaro passou pelo corredor que dá acesso à presidência da Câmara, onde estavam as manifestantes. Ele discutiu com as estudantes, que criticaram o fato de o parlamentar defender o regime militar. Bolsonaro respondeu chamando-as de "ignorantes" que, segundo ele, desconhecem a história do Brasil.
As manifestantes entoaram gritos de "Bolsonaro racista, homofóbico e fascista". Depois de cerca de dois minutos de bate-boca, o parlamentar se afastou. "Eu vou embora porque meu ouvido não é penico", disse.
O parlamentar reafirmou o seu interesse na presidência da Comissão de Direitos Humanos, o que, segundo afirmou, foi garantido pelo líder da bancada do PP. Ele disse que pretende atuar em defesa da maioria. "Eu entendo que qualquer país tem que agir pela maioria. A minoria tem que se curvar, se calar. Eu quero respeitar a maioria", declarou.
Ele também criticou os que defendem a melhoria nas condições dos presídios brasileiros. "Os presídios estão uma maravilha. Lá é um lugar para o cara pagar os seus pecados [...]. A única coisa boa que o Maranhão tem é o presidio de Pedrinhas", afirmou Bolsonaro, em referência ao complexo penitenciário maranhense onde 60 presos foram mortos em 2013.
Grupo tenta evitar Bolsonaro
Um grupo de deputados da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos se articula para convencer a bancada do PT, a maior da Câmara, a priorizar a Comissão de Direitos Humanos quando decidir quais comissões o partido escolherá presidir. O objetivo da articulação é evitar que a presidência da Comissão de Direitos Humanos fique com o PP de Bolsonaro.
Nesta terça, a bancada do PT na Câmara dos Deputados decidiu em reunião adiar a definição sobre quais comissões o partido pretende presidir neste ano na Casa. Como maior bancada, o PT tem prioridade na escolha da presidência de comissões, mas deixou a decisão para a próxima semana.
Com isso, permanece indefinido o nome de quem comandará a Comissão de Direitos Humanos (CDH), cuja presidência é reivindicada pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido pelo apoio ao regime militar, declarações contra homossexuais e enfrentamento a movimentos sociais.
Reprodução Cidade News Itaú
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