A pernambucana Karla Janine, que estava presa no Texas (EUA) desde o dia 16 de janeiro, saiu do presídio
na última sexta-feira (7) e responderá ao processo em liberdade. A informação foi confirmada nesta terça-feira (11) pela mãe de Karla, a defensora pública aposentada Kátia Sarmento. A pernambucana, de 43 anos, foi presa por descumprir ordem judicial da Flórida ao fugir com a filha, que teria sido agredida sexualmente pelo próprio pai, o norte-americano Patrick Joseph Galvin.
Segundo Kátia Sarmento, a informação sobre a liberação da sua filha foi mantida em sigilo para protegê-la e também por orientação do Itamaraty. "Temo pela segurança de Karla. Seu ex-marido vem acompanhando todas as informações sobre o caso e por isso resolvemos seguir a orientação do Itamaraty. Mas sabíamos que não poderíamos esconder isso por muito tempo e hoje, após conversar com o ministro e representantes da OAB, resolvemos divulgar a notícia", disse Kátia. No tarde desta terça, ela se reuniu, em Brasília, com o ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado. O encontro foi viabilizado pelo presidente da OAB-PE, Pedro Henrique Reynaldo Alves, juntamente com o presidente do Conselho Federal da OAB (CFOAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho.
A liberação de Karla Janine foi possível após a intervenção do consulado brasileiro, que solicitou à Justiça da Flórida uma maior atenção ao pedido de desaforamento do processo. A defesa da pernambucana deseja que o caso seja levado para o Texas, onde residem a mãe e a filha. "Embora ainda não tenha decidido sobre o desaforamento, por enquanto que o pedido é analisado, a Justiça da Flórida restringiu os efeitos da prisão apenas para a jurisdição do Estado. Como Karla estava presa no Texas, pôde ser liberada", explicou o presidente da OAB-PE.
Pedro Henrique disse ainda que "a liberação de Karla foi um pequeno passo, mas ainda temos uma longa batalha pela frente. Ainda não sabemos se ela receberá a guarda da filha ou se será condenada criminalmente”, disse. Como Kátia continua sem advogado criminal e o Itamaraty não tem atribuição legal para ajudá-la, o presidente da OAB disse que a entidade de classe irá identificar um advogado apto a atuar na Flórida em defesa de Karla, com atuação “pro bono” (gratuita). Hoje, a pernambucana conta apenas com a defesa na área cível. A maior dificuldade da família é arrecadar recursos para contratar um advogado criminal. Um profissional chegou a cobrar cerca de US$ 35 mil para assumir o caso.
De acordo com Kátia Sarmento, a sua filha está hospedada na casa de amigos na cidade de Brownsville, onde residia com a filha. "Falei com ela por telefone nessa segunda-feira à noite. Foi uma conversa rápida, sua preocupação maior é com a minha neta. Karla disse que iria vê-la nesta terça e estava feliz pelo fato de poder abraçá-la".
Até o fim do processo, Karla e o seu ex-marido possuem autorização judicial para visitar Amy. Na última audiência, realizada no dia 6 de fevereiro, a Justiça americana decidiu que a garota de seis anos continuaria sob custódia do Estado até a conclusão do caso. A criança está na casa de uma família designada pela justiça, onde já estava instalada desde o início do processo. A juíza Elia Lopez entendeu que Amy está adaptada ao novo lar, inclusive frequentando a escola. O próximo julgamento está marcado para o dia 26 de março.
O CASO - Segundo os familiares de Karla, ela fugiu de casa, na Flórida, após sofrer violência doméstica por parte do ex-marido (Patrick), e constatar que a criança havia sido violentada por ele quando tinha apenas três anos de idade. A menina relatou o caso na escola, e exames constataram o abuso sexual. Karla denunciou o ex-marido à Justiça. O processo foi arquivado e por isso ela teria fugido com a filha para o Texas.
DOAÇÕES - Os familiares de Karla criaram uma campanha para arrecadar recursos para as custas processuais. Contribuições podem ser feitas no site http://igg.me/p/653510, ou por meio de depósito na conta da mãe de Karla, Kátia Sarmento Martins de Albuquerque (Banco Bradesco, agência 3201-8 / CC 0174551-4). Na página Welovekarlamy, criada no Facebook para arrecadar doações, a família divulgou uma prestação de contas com os valores das contribuições já recebidas.
Reprodução Cidade News Itaú
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