O motorista do caminhão que atingiu um viaduto na Linha Amarela nesta terça-feira (28) disse à polícia que sabia que trafegava na via em horário não permitido, mas decidiu
fazê-lo mesmo assim por estar atrasado para chegar ao seu destino. O acidente matou quatro pessoas e deixou outras cinco feridas.
O acidente ocorreu por volta das 9h, quando a circulação de caminhões é proibida na via. Imagens de um vídeo mostram ainda que a caçamba do caminhão se levantou e bateu na passarela.
Em depoimento informal ao delegado da 44ª DP (Inhaúma), Fábio Asty, o motorista identificado como Luiz Fernando Costa, 33, afirmou ainda que não sabia que a caçamba do veículo estava levantada.
De acordo com o delegado, a alavanca que aciona o mecanismo de içar a caçamba fica embaixo do volante e é dura para manejar justamente para evitar que ela se levante por acidente. O veículo, segundo o delegado, trafegava a 85 km/h no momento da batida. A velocidade máxima para o local é de 100 km/h.
Em nota, a Lamsa, concessionária que administra a via, informou que o caminhão entrou na Linha Amarela com a caçamba abaixada. As câmeras nas pistas, segundo a empresa, flagraram o momento em que a caçamba é levantada, entre as saídas 3 e 4.
O veículo trafegou por cerca de dois minutos na via até se chocar com a passarela, percorrendo uma distância de três quilômetros na Linha Amarela.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, os mortos são Célia Maria, 64, arremessada da passarela; Adriano Pontes de Oliveira, 27, que caiu no canal entre as pistas; Renato Pereira Soares, 62, motorista do Palio; e Alexandre de Almeida, que estava no táxi e ainda não teve a idade divulgada.
O motorista é aguardado para um depoimento oficial assim que receber alta do hospital Lourenço Jorge, na Barra, onde está internado desde a manhã. A expectativa é que o depoimento seja tomado hoje ou amanhã.
Segundo Asty, o motorista saiu da sede da empresa, em Água Santa, na zona norte, em direção a rodoviária Novo Rio, no centro. O motorista contou que estava atrasado e resolveu pegar a Linha Amarela para cortar caminho. A caçamba iria recolher entulho em uma obra na região.
O motorista trabalhava há cerca de seis meses na empresa chamada Arco da Aliança. Não está confirmado ainda se o caminhão prestava serviço para a Prefeitura do Rio no momento do acidente.
De acordo com o delegado, o caminhão passou por uma manutenção recente na caixa de marchas e voltou às ruas no último domingo (26).
O motorista poderá ser indiciado por quatro homicídios culposos e outras cinco lesões corporais culposas. O homicídio culposo– quando não há intenção de matar– prevê detenção de 2 a 4 anos de detenção.
O inquérito policial tem prazo de conclusão de 30 dias. O laudo pericial da Polícia Civil, segundo o delegado, deve ficar pronto e dez dias.
Reprodução Cidade News Itaú
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