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terça-feira, janeiro 07, 2014

Melhora estado de saúde de menina que caiu em vão no Galeão, no Rio

Pai diz que guarda corpo do Galeão estava sem vidro que que lixeira foi colocada no local após queda (Foto: Paulo Araújo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)A menina argentina Camila Palacios, de 3 anos, que caiu de um vão no Aeroporto Internacional Tom Jobim no sábado (4), foi transferida para o Hospital Miguel Couto nesta terça-
feira (7). O quadro de saúde de Camila melhorou, mas ainda não há previsão de alta.


Na segunda-feira (6), o Procon autuou a Infraero durante operação no aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão). A ação fiscalizou a prestação de serviços aos usuários e as condições de segurança do local, onde na noite de sábado (4), Camila Palacios caiu de uma altura de 7 metros após entrar num vão entre uma das escadas rolantes e o guarda-corpos de vidro. Agentes encontraram outros vãos perigosos ao lado da maioria das escadas rolantes. Alguns deles tinham espaço superior a 19 centímetros, podendo ser ultrapassado até por um adulto.

Além dos vãos perigosos, a Infraero ainda foi autuada por outras irregularidades no Galeão. Os fiscais do Procon-RJ encontraram quatro elevadores e três bebedouros sem funcionamento e um banheiro para deficientes trancado. O ar condicionado também não estava funcionando em dois setores da área de embarque do Terminal 1. Em uma esteira rolante, os agentes encontraram uma caneleta de alumínio quebrada, podendo causar sérios ferimentos aos usuários.

A assessoria de imprensa da Infraero no Rio de Janeiro informou que aguarda a notificação do Procon para avaliar o conteúdo da vistoria e, oportunamente, tomar as providências necessárias.
Acidente
O acidente ocorreu por volta das 17h , no momento em que Camila brincava com dois irmãos em uma área próxima da escada rolante no segundo andar do Terminal 2. A largura do vão entre o final do guarda-corpo e a lateral da escada rolante está fora dos padrões estipulados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, de acordo com a Sociedade de Engenharia de Segurança do Estado do Rio de Janeiro.

Nesta segunda-feira (6), o presidente da Sociedade de Engenharia de Segurança do Estado do Rio, Robson Santos Barradas, esteve no aeroporto, a convite do G1, e afirmou que a largura máxima permitida para o vão é de 12 cm, mas no local, onde houve a queda da menina, o espaço tem 18,5 cm de largura – 6,5 cm a mais.
"Seis centímetros e meio é muita coisa, fácil de passar uma criança de até 6 anos", disse o engenheiro, que mediu alguns vãos do terminal.
Procurada pelo G1, a Infraero, no entanto, garantiu que todos seus aeroportos seguem as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e afirmou que o vão de onde a menina caiu não apresentava qualquer irregularidade.
De acordo com Fábio Domingos, diretor do Procon RJ, ainda assim a Infraero será autuada por falta de oferecimento de segurança após o incidente. A multa pode variar entre R$ 480 e R$ 7 milhões.

Vãos ainda maiores
O engenheiro Robson Barradas mediu outros vãos no terminal e econtrou espaços próximos às escadas rolantes com larguras ainda maiores, de mais de 21 cm. Na escada que ligava o primeiro e o segundo piso, um dos vãos tinha 19,2 cm de largura e o outro 21,2 cm – quase 10 cm acima do permitido.
"O acidente poderia ter acontecido até mais facilmente com a criança em outros vãos aqui do terminal", explicou Robson.
Para o engenheiro, o que chama a atenção é que mesmo após um acidente no saguão, nenhuma medida preventiva foi adotada pela Infraero para adequar os guarda-corpos, nem mesmo impedir a passagem. "A legislação é apenas o mínimo que deve ser cumprido para a segurança do local. Outras crianças podem fazer o mesmo e não foi feito nenhuma modificação até agora", disse.
Investigação
O delegado Luciano Coelho, responsável pela investigação referente à queda da menina argentina de três anos, no Terminal 2 do Aeroporto Tom Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador, no Rio, disse que trabalha com três hipósteses para tentar esclarecer o caso, conforme mostrou o Bom Dia Rio desta segunda-feira (6).
"Nós trabalhamos com três hipóteses: ou com acidente e uma fatalidade. Para apurar e responsabilizar ainda os pais por uma falta ou um descuido ainda é muito prematuro ou alguma falha na segurança no que conservem as dependências do aeroporto”, explicou.
O delegado solicitou também à Infraero as imagens das câmeras de segurança, mas a empresa informou que não é possível ver a queda, somente o momento do socorro.

Segundo o superintendente da Infraero,  o aeroporto atende todas as normas de segurança exigidas. “Vamos fazer uma avaliação e, em seguida tomar todas as atitudes necessárias caso seja observada alguma necessidade”, comentou Wilson Brandt Filho.
De acordo com a Polícia Civil, uma perícia foi realizada no local. Após acompanhar a menina ao hospital, o médico da Infraero foi ouvido pela polícia. Os pais da criança contaram que o filho mais velho gritou por socorro quando a irmã já tinha caído.
A menina sofreu traumatismo craniano e estava internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, na manhã desta segunda (6). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a menina está lúcida, mas seu estado de saúde inspira cuidados.
Pai reclama de falta de proteção
No domingo (5), o pai da menina, o argentino Marcelo Alejandro Palacios contou ao G1 que ela caiu porque o guarda-corpo onde encostou não tinha vidro de proteção. Segundo ele, a família estava na fila de uma lanchonete quando os outros dois filhos alertaram que a menina havia caído.
"Ouvi um barulho muito forte, depois o grito dos meus filhos. Achei na hora que ela estivesse morta, não desejo essa sensação para ninguém", contou. Segundo Palacios, o atendimento no aeroporto e no hospital foram "satisfatórios".
Camila está internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) no Hospital Souza Aguiar, no Centro. De acordo com a Secretaria municipal de Saúde (SMS), ela teve traumatismo craniano e na face e seu estado de saúde era considerado grave até a manhã desta segunda.

Reprodução Cidade News Itaú

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