O estudante brasileiro Francisco Fernando Cruz, preso nos Estados Unidos por ameaça à aviação comercial internacional ao enviar e-mails com ameaças de bomba a um voo, telefonou nesta quinta-feira (16) para sua mãe,
Cláudia, que mora em Sorocaba (SP). "Ele disse que está bem e com saudades da gente. Eu disse que também estava com saudades", contou ela.
Ela não tinha contato com o rapaz desde que ele foi preso no dia 9 de janeiro, no aeroporto de Miami, sob acusação de enviar e-mails à polícia e à TAM Linhas Aéreas com ameaças a um avião. A conversa, segundo ela, foi rápida, com pouco mais de um minuto, por causa dos créditos que ele tinha para falar - na quarta-feira (15), ela fez um depósito numa conta internacional para pagar pelo telefonema do filho. O valor não foi divulgado.
"Ele disse que está tudo bem com ele, mas que não tem ideia de quando vai poder telefonar de novo ou quando vai voltar ao Brasil", contou Cláudia, que falou com Francisco no fim da tarde, depois de esperar o dia todo pelo telefonema. "Toda vez que o telefone toca eu levo um susto pensando que é ele", contou ela pela manhã, antes de receber a esperada ligação.
O Itamaraty precisou interceder para viabilizar o contato telefônico do brasileiro com a família, porque durante a audiência prévia, na terça-feira (14), Francisco não havia conseguido autorização do juiz para falar com a mãe pelo telefone.
Ainda de acordo com Cláudia, representantes do Consulado visitaram o brasileiro na tarde desta quarta-feira (15), no presídio federal de Miami. "Eles me falaram que agora está tudo bem com ele, que está mais calmo e não está ferido. E que, por falar inglês fluente, está conseguindo se comunicar tranquilamente com a advogada que está cuidando do seu caso", explica a mãe.
A Justiça designou um defensor público para acompanhar Fernando. Ele será julgado no próximo dia 24. A pena prevista, em caso de condenação, é de até cinco anos de prisão, além do pagamento de multa no valor de US$ 250 mil.
'Desafio'
Os e-mails com ameaças de bomba a um voo enviados pelo brasileiro tinham a intenção de desafiar a polícia norte-americana, de acordo com o 'Criminal Complaint', espécie de boletim de ocorrência, registrado no dia 10 de janeiro em um distrito policial em Miami. O documento da polícia americana é assinado pelo agente especial do FBI (Polícia Federal americana) Affell Grier Jr. e pelo juiz Patrick A. White.
De acordo com o relato do agente do FBI, que participou da prisão do brasileiro, Cruz confessou que enviou os e-mails para ver se teria resposta das autoridades às suas mensagens. Ele foi preso na quinta-feira (9), no aeroporto de Miami. A primeira mensagem foi enviada, segundo o documento, na quarta-feira (8), às 14h02 tanto para a TAM quanto para a Miami Dade Police Department (MDPD) com ameaças específicas ao voo JJ8043, que partiria no dia 10 de janeiro com destino a Brasília.
No dia seguinte, segundo o relato, às 8h47, um segundo e-mail foi enviado do mesmo remetente com as mesmas ameaças ao voo da TAM. A mensagem foi novamente rastreada e, desta vez, partiu do computador de uma casa na cidade de Montclair. Baseados nas informações, os policiais chegaram à conclusão de que Cruz tinha consciência de que estava enviando uma ameaça a fim de ferir pessoas. No mesmo dia, ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Federal de Miami, onde deve responder o processo.
Reprodução Cidade News Itaú
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